Assassino de Marielle lamenta outra vítima: “Não era para ter morrido”
Lessa confessou ter disparado contra o carro de Marielle Franco. A ação resultou na morte da vereadora e do motorista Anderson Gomes
atualizado
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O assassino confesso da vereadora Marielle Franco (PSol), o ex-policial militar Ronnie Lessa, afirmou que o motorista Anderson Gomes não deveria ter morrido na execução ocorrida em março de 2018. A declaração ocorreu nesta quinta-feira (29/8), em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF).
“O plano inicial era matar a Marielle Franco. O Anderson morreu e não era para ter morrido, não era para ter sido atingido”, afirmou Ronnie Lessa durante a oitiva.
Lessa afirmou ainda que, após tomar ciência de que os tiros que atingiram Anderson teriam atravessado o corpo de Marielle, passou a considerar que teria aplicado a munição errada na ação. “Se eu estivesse usando a munição certa, ela não transfixiaria”, disse.
O ex-policial militar ainda frisou que, pelo ângulo que estava no momento dos disparos, achou que estava atingindo somente Marielle. “O meu objetivo era exclusivamente a Marielle”, afirmou.
Ronnie Lessa presta depoimento pelo terceiro dia ao STF, nesta quinta-feira. Ele é réu por ter matado a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes na noite de 14 de março de 2018, no Rio de Janeiro (RJ).
O ex-PM, que está preso na Penitenciária 1 do Complexo de Tremembé, fechou delação premiada com a Polícia Federal (PF). Ele apontou como mandantes do crime o conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro Domingos Inácio Brazão, o deputado federal João Francisco Inácio Brazão, que é irmão do conselheiro; o delegado Rivaldo Barbosa; o policial militar Ronald Paulo de Alves Pereira; e o ex-PM Élcio.