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Assassinatos caem 10% no Brasil em 2018, porém polícias matam mais

No Distrito Federal também houve queda no volume de assassinatos. As mortes ocasionadas por policiais caíram pela metade

atualizado

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1 de 1 arma-de-fogo2 - Foto: Pixabay

Pela primeira vez em três anos, o número de assassinatos no Brasil caiu de forma vertiginosa em 2018. Porém, houve recorde do número de pessoas mortas por agentes de segurança pública, chegando a 6.220 casos só no ano passado. Isso significa que uma em cada 10 mortes consideradas “violentas” é causada por policial.

Os dados fazem parte do 13º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta terça-feira (10/09/2019) pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Apesar da redução dos crimes, o Brasil ainda é um dos países mais violentos do mundo, com taxas de criminalidade superiores às do México, da Argentina, dos Estados Unidos ou de Portugal, revela o estudo.

As mortes por policiais têm crescido gradualmente desde 2016. Houve um avanço de 20% em 2018 na comparação com 2017. Se a analogia for feita com o ano de 2016, a alta é de 47%. Por outro lado, diminuiu o número de policiais mortos, que passou de 373 em 2017 para 343 no ano seguinte. Três quartos dos casos ocorreram enquanto os agentes estavam fora de serviço.

O Rio de Janeiro é um dos locais com mais casos de homicídios gerados por agentes. No estado, 22,8% das mortes violentas foram cometidas pela classe em 2018. Ao todo, foram contabilizados 1.534 casos, representando um quarto das mortes por policiais no Brasil.

Além disso, os números de assassinatos no estado são alarmantes, tendo em vista que a taxa da criminalidade local ficou acima da média nacional, que é de 27,5 mortes a cada 100 mil pessoas. No Rio de Janeiro, há 39 mortes a cada 100 mil moradores. Porém, os dados mostram avanço na segurança pública, com a redução de 3% do número de homicídios em relação a 2017.

Já o estado de São Paulo, apesar de ter uma das menores taxas de assassinato no país, é um dos estados que mais tem mortes causadas por agentes da polícia. Cerca de 19,7% das mortes no ano passado foram geradas por policiais. Ao total, a pesquisa contabilizou 9,5 mortes a cada 100 mil habitantes no estado, em 2018.

No caso do Distrito Federal, as mortes ocasionadas por policiais caíram pela metade em 2018. No ano anterior, foram registradas oito mortes decorrentes de ação das forças de segurança. Em 2018, esse número caiu pela metade: foram apenas quatro. No quesito mortes violentas como um todo, a capital federal também registrou queda, ao passar de 508 em 2017 para 453 em 2018. No total, a média de assassinatos no DF está abaixo da nacional. Foram 16,6 a cada 100 mil habitantes. Em 2017, eram 18,3.

Policiais: homicídio x suicídio
O levantamento também mostra que 104 policiais cometeram suicídio no Brasil no ano passado. A maior parte deles eram policiais militares, com 80 vítimas. Em 20017, 73 tiraram a própria vida, com 52 casos de policiais militares.

São Paulo foi o estado com mais agentes, registrando 30 casos. Em seguida, aparece Minas Gerais, com 14 suicídios, deixando o Paraná em terceiro lugar, com 11 casos registrados.

Segurança pública
O Fórum mostrou que, em 2018, foram gastos R$ 91,3 bilhões com segurança pública no país. O valor é o maior desde 2011. Apesar da menor taxa de assassinato no país, São Paulo foi o estado que menos investiu em segurança, com apenas 5,4% de gastos na área.

Em contraponto, Alagoas é o estado que mais investe no setor no país, em que 13,6% do total das despesas vão para a área da segurança, segundo o anuário. Porém, é um dos estados mais violentos do Brasil, com 45,8 assassinatos a cada 100 mil habitantes.

A pesquisa também apontou que as mortes por arma de fogo de posse ilegal aumentaram 7,5% em relação a 2017. No ano passado, 112,3 mil armas de fogo foram apreendidas por todo o país. Dessas, apenas 5,6% tinham registro completo.

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