metropoles.com

Às vésperas de completar 2 meses, veja balanço da greve nas federais

Governo Lula anunciou novos recursos nesta semana e espera que paralisações cheguem ao fim. Ainda há 55 universidades em greve

atualizado

Compartilhar notícia

Filipe Cardoso/Especial para o Metrópoles
Corredor da Universidade de Brasília, instituição de ensino superior - Metrópoles
1 de 1 Corredor da Universidade de Brasília, instituição de ensino superior - Metrópoles - Foto: Filipe Cardoso/Especial para o Metrópoles

A greve dos professores de universidades e institutos federais vai completar dois meses no próximo sábado (15/6), com expectativa, por parte do governo Lula (PT), de que as paralisações docentes sejam encerradas. Na última segunda-feira (10/6), o presidente da República anunciou R$ 5,5 bilhões em investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para universidades e hospitais universitários, após reunião com reitores.

O chamado PAC das Universidades foi mais uma sinalização dada pelo governo na tentativa de debelar as greves, que hoje afetam 62 instituições, sendo 55 universidades, cinco institutos federais (IFs), e dois centros federais de educação tecnológica (Cefets). A Universidade de Brasília (UnB) é uma das que seguem mobilizadas (veja a lista atualizada no final desta matéria).

Além dos investimentos no PAC, o ministro da Educação, Camilo Santana, anunciou um acréscimo de recursos para o custeio das instituições federais, em um total de R$ 400 milhões, dos quais R$ 279,2 milhões serão para as universidades e outros R$ 120,7 milhões para os institutos federais.

Os anúncios de mais recursos foram bem recebidos pela principal entidade da categoria, o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN). “A força da greve ficou evidente com o anúncio do aporte de recursos”, disse a entidade.

Agora, negociadores do governo esperam que assembleias de universidades comecem a deliberar pelo fim da greve, a exemplo do que fez na semana passada a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

O Andes não acatou o acordo com o governo federal — assinado apenas pela Federação de Sindicatos de Professores e Professoras de Instituições Federais de Ensino Superior e de Ensino Básico Técnico e Tecnológico (Proifes), em 27 de maio — e conseguiu sua suspensão na Justiça. No entanto, com o recente registro sindical da Proifes, há expectativa de que a decisão seja revista e o acordo seja confirmado.

Proifes x Andes: entenda rixa sindical de professores universitários

Criticando “desrespeitosas manifestações do(a)s representantes do governo federal contra a greve e seus(suas) dirigentes”, o Andes atribuiu a divulgação das medidas “à força e ao apelo do movimento grevista”. Por ocasião do anúncio, o presidente Lula disse que toda greve “tem um tempo para começar e tem um tempo para terminar” e afirmou que não se pode ir na linha do “tudo ou nada”, sob o risco de não se ter nada.

Reajustes em 2025 e 2026

Além do orçamento às universidades, o governo propôs um reajuste em duas parcelas, válido para os dois próximos anos, dividido da seguinte maneira: 9% em janeiro de 2025 e 3,5% em maio de 2026.

Também foi acertada a reestruturação na progressão entre os diferentes níveis da carreira. O acordo terá impacto fiscal de R$ 6,2 bilhões em dois anos.

O Andes demandava um reajuste salarial ainda em 2024, de 3,69%, a ser pago em agosto, além de 9% de correção em janeiro de 2025 e mais 5,16% em maio de 2026. Por isso, o sindicato se recusou a assinar o Termo de Acordo com o governo.

Alegando falta de espaço orçamentário, o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) afirma não ter mais margem para negociação. Em 2024, foi concedido para todos os servidores do Executivo federal um reajuste nos benefícios (auxílio-alimentação, per capita da saúde complementar e assistência pré-escolar).

O MGI tem dito que chegou “no limite”, mas permanece aberto para diálogo sobre pautas não-salariais com o magistério em outras instâncias, como em reunião da Mesa Setorial agendada para sexta-feira (14/6).

Técnicos ainda não chegaram a acordo

Além do acordo firmado com os representantes dos docentes, o governo ainda está conversando com os técnicos-administrativos em educação (TAEs) para chegar a um consenso. Essa categoria está em greve há mais tempo, 90 dias. Na terça (11/6), em nova rodada de negociação, o governo propôs um reajuste de 9% em 2025 e de 5% em 2026.

Ainda que o processo com os TAEs prossiga, a avaliação é de que, com a retomada das atividades dos docentes, já seja possível retomar as aulas nas instituições de ensino superior do país.

Veja abaixo o quadro atualizado da greve docente:

UNIVERSIDADES FEDERAIS EM GREVE:

  1. Universidade Federal do Rio Grande (FURG);
  2. Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB);
  3. Universidade Federal do Ceará (UFC);
  4. Universidade Federal do Cariri (UFCA);
  5. Universidade de Brasília (UnB);
  6. Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF);
  7. Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP);
  8. Universidade Federal de Pelotas (UFPel);
  9. Universidade Federal de Viçosa (UFV);
  10. Universidade Federal do Espírito Santo (UFES);
  11. Universidade Federal do Maranhão (UFMA);
  12. Universidade Federal do Pará (UFPA);
  13. Universidade Federal do Paraná (UFPR);
  14. Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB);
  15. Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa);
  16. Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR);
  17. Universidade Federal de Rondônia (UNIR);
  18. Universidade Federal de Roraima (UFRR);
  19. Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ);
  20. Universidade Federal de Pernambuco (UFPE);
  21. Universidade Federal de Catalão (UFCAT);
  22. Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFOB);
  23. Universidade Federal de Santa Maria (UFSM);
  24. Universidade Federal de Tocantins (UFT);
  25. Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN);
  26. Universidade Federal Fluminense (UFF);
  27. Universidade Federal de Alagoas (UFAL);
  28. Universidade Federal do Agreste de Pernambuco (UFAPE);
  29. Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE);
  30. Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP);
  31. Universidade Federal da Bahia (UFBA);
  32. Universidade Federal do ABC (UFABC);
  33. Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA);
  34. Universidade Federal de Campina Grande – Campus Cajazeiras (UFCG-Cajazeiras)
  35. Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO);
  36. Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM);
  37. Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS);
  38. Universidade Federal do Acre (UFAC);
  39. Universidade Federal de Lavras (UFLA);
  40. Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR);
  41. Universidade Federal de Goiás (UFG);
  42. Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC);
  43. Universidade Federal do Amapá (UNIFAP);
  44. Universidade Federal do Sergipe (UFS);
  45. Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB);
  46. Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA);
  47. Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA);
  48. Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT);
  49. Universidade Federal de Uberlândia (UFU);
  50. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ);
  51. Universidade Federal de Rondonópolis (UFR);
  52. Universidade Federal do Piauí (UFPI);
  53. Universidade Federal da Paraíba (UFPB);
  54. Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB); e
  55. Universidade Federal dos Vales Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM).

INSTITUTOS FEDERAIS (IFS) EM GREVE:

  1. Instituto Federal do Sul de Minas Gerais (IFSULDEMINAS);
  2. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS);
  3. Instituto Federal do Piauí (IFPI);
  4. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste-MG (IF Sudeste-MG) – Campus Juiz de Fora, Campus Santos Dumont e Campus Muriaé;
  5. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-rio-grandense (IFSul) – Campus Visconde da Graça.

CENTROS FEDERAIS DE EDUCAÇÃO (CEFETS) EM GREVE:

  1. Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG); e
  2. Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (CEFET-RJ).

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?