Artistas prestam homenagem a Miguel e protestam contra racismo em Recife
Faixas de 5 metros foram colocadas em três barcos no Rio Capibaribe, com a hashtag #JustiçaParaMiguel
atualizado
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Artistas de Recife prestaram homenagem, nessa terça-feira (10/06), ao menino Miguel, que caiu do nono andar de um prédio de um condomínio de luxo na cidade. Uma faixa de 5 metros foi erguida no Rio Capibaribe com dizeres sobre “justiça”, em um protesto contra o racismo.
Três barcos foram utilizados para o ato. As frases “O racismo explora e mata pessoas negras de muitas formas” e a hashtag #JustiçaParaMiguel foram levantadas pelo grupo Pão e Tinta, formado por artistas e ativistas sociais.
Segundo entrevista do integrante do coletivo Pedro Stilo ao portal G1, o objetivo do recado é alertar sobre o racismo estrutural e a necessidade de isolamento social a trabalhadores domésticos, como a mãe da criança, Mirtes Renata.
“É preciso que as pessoas brancas e privilegiadas também reflitam sobre como o racismo estrutural funciona na prática. O debate racial não é uma questão apenas dos negros, mas de responsabilidade dos brancos e privilegiados”, contou.
Homenagem
Na segunda-feira (08/06), Miguel também foi homenageado com missa de sete dias, divulgada pela internet. Por conta das medidas contra o novo coronavírus, que proíbe locais com mais de 10 pessoas ao mesmo tempo, Mirtes achou que o filho ficaria sem a celebração religiosa. Ao contar a preocupação publicamente, a missa foi organizada em ação solidária.
Miguel morreu após ser deixado sozinho no elevador de serviço por Sarí Corte Real, patroa da mãe do menino, Mirtes Renata, que trabalhava como empregada doméstica da família. Mirtes havia descido com a cachorra da patroa para passear. O menino subiu de elevador ao 9º andar, escalou as grades, caiu de uma altura de 35 metros e morreu.