Arma que matou Enzo, 4 anos, em festa foi trocada por conserto de celular
O revólver levado à festa tinha apenas duas balas, e uma delas atingiu Enzo
atualizado
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Com a morte do menino Enzo dos Santos, de apenas 4 anos, baleado na sua própria festa de aniversário, a polícia investiga onde Pedro Vinícius de Souza Pevidor, 21 anos, conseguiu a arma utilizada no crime. O caso ocorreu no último domingo (07/06), no Rio de Janeiro.
A hipótese do delegado Antônio Silvino, que comanda as investigações, é que Pedro arranjou o revólver calibre 38 como moeda de troca ao consertar um celular, trabalho que vinha exercendo desde que deixou o exército, há um mês.
O acusado teve prisão temporária convertida em preventiva nessa terça-feira (09/06) e responde pelos crimes de homicídio culposo e porte ilegal de arma de fogo. O revólver levado à festa tinha apenas duas balas, e uma delas atingiu Enzo.
A criança foi enterrada dois dias após o crime. Nesta quarta-feira (10/06), Silvino vai escutar novamente os pais da vítima e os convidados da festa. “Vou ouvir todo mundo de novo, o pai, a mãe, até porque já estão surgindo versões contraditórias. Quero ver se identifico alguém que tenha presenciado o fato em si, o momento do disparo”, afirmou, à imprensa.
Pedro se negou a prestar depoimento na delegacia. O pai de Enzo contou que viu o menino no colo do ex-militar depois de baleado. “Quando o pai perguntou a Pedro o que tinha acontecido, ele disse que o garoto correu para pegar a arma dele, que caiu e disparou”, contou Silvino.
O objetivo dos investigadores é concluir o caso em até 10 dias. Porém, o delegado adianta que, dependendo do rumo das investigações, o acusado pode ser enquadrado em outros crimes. “Talvez no final, eu faça uma reprodução simulada dos fatos. Mas isso só se não chegar a um denominador comum”, concluiu.
Relembre o caso
Enzo chegou a ouvir os convidados cantarem parabéns, mas, logo depois, foi atingido pelo tiro de revólver na frente de todos, inclusive das crianças, que estavam no local. O pai do menino gravou um áudio em que dizia: “O meu filho estava completando 4 anos de idade, feliz da vida com a festinha do Hulk dele. Ele já estava há um mês perguntando: minha festa é amanhã? Minha festa é amanhã?”.
Pedro Vinícius de Souza alegou aos policiais que o tiro foi acidental, que a arma caiu no chão e então a bala atingiu o menino. Em depoimento, a mãe de Enzo disse que ouviu uma discussão do acusado com as crianças e que logo depois ouviu o barulho do tiro.