Aras se reúne com Lula na tentativa de ser reconduzido à PGR
Procurador-Geral da República se reuniu com o mandatário nesta quinta (17), pouco mais de um mês antes do período de sucessão à PGR
atualizado
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu, nesta quinta-feira (17/8), o procurador-geral da República, Augusto Aras, para a primeira reunião no Palácio do Planalto desde que assumiu o mandato, em janeiro. O período do titular da PGR na chefia do órgão termina em 26 de setembro e Aras articula, nos bastidores, uma recondução ao cargo.
Aras chegou à sede do governo federal por volta das 18h, para uma reunião que durou cerca de 1h30. O encontro desta quinta (17) era um pedido antigo de Aras, com objetivo de apresentar ao presidente as próprias credenciais e se colocar à disposição para permanecer por mais dois anos à frente do Ministério Público Federal (MPF).
O procurador-geral já esteve no Planalto para outras agendas, no entanto, esta foi a primeira reunião exclusiva com o mandatário.
Novo PGR
O atual procurador, indicado duas vezes pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), tem má reputação entre alguns petistas, que consideram a atuação dele leniente durante os quatro anos de governo Bolsonaro.
No entanto, aliados próximos a Lula como o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), e o ministro da Casa Civil, Rui Costa, têm feito sinalizações favoráveis à possibilidade de permanência do PGR na função.
Por ora, é dado como certo que a lista tríplice, elaborada pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), não deverá ser seguida. A associação busca uma reunião com o presidente para formalizar a entrega da lista, ainda que haja, de antemão, a negativa de Lula.
Depois de ter inaugurado uma tradição de respeito à lista, no início dos anos 2000, o petista afirmou em algumas entrevistas que, em seu terceiro mandato, mudou de ideia e quer ter a prerrogativa de fazer sua indicação pessoal para o cargo de PGR.
Enquanto em anos anteriores os candidatos da lista chegaram a uma dezena, em 2023 o documento foi esvaziado, com apenas três subprocuradores inscritos. Eles foram eleitos na seguinte ordem: Luiza Frischeisen, Mario Bonsaglia e José Adonis.
A Constituição permite a recondução do PGR, mas não especifica o número de vezes, portanto, há espaço para Aras assumir um terceiro mandato (cada um tem duração de dois anos). Desde a promulgação do texto constitucional, quem ficou por mais tempo no cargo foi Geraldo Brindeiro (de junho de 1995 até junho de 2003).