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Aracnofobia, ornitofobia, coulrofobia: conheça essas e outras fobias

Segundo psicóloga, as fobias advêm da falha na adaptação a certas situações realizadas pelo inconsciente, gerando a sensação real de perigo

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1 de 1 Imagem colorida de arte sobre fobias - Metrópoles - Foto: Otávio Augusto/Metrópoles

Afinal, o que são e como explicar as chamadas fobias? Em linhas gerais, elas são medos exagerados de algo ou de alguma situação que geram no indivíduo uma sensação de pânico, terror, ansiedade e perturbação.

Algumas delas são mais exóticas como a ornitofobia, medo de pombos, e a coulrofobia, medo de palhaços. E outras são mais comuns, como a aracnofobia, medo de aranhas,  e a claustrofobia, medo de espaços fechados.

Mas qual o motivo para que elas ocorram?

A psicóloga Rosália Curado explica que “as fobias desenvolvem medo irracional de alguns objetos e situações específicas. Que resultam na fuga ou esquiva dos estímulos”. Ela também explica que as mentes que sofrem com fobias precisam de tratamentos específicos.

“Pensando que as mentes são individuais e únicas, a psicoterapia analítica observa que tratamento deve acontecer por meio da história de vida, predisposição hereditária, ancestralidade, acontecimentos atuais e passados e seu meio sócio-econômico-cultural e espiritual. Tendo como essência a ajuda aos pacientes a realizarem mudanças em seus sentimentos, pensamentos e comportamentos. Além da verbalização podem ser usadas as expressões por meio da arteterapia e atividades corporais”, explica Rosália.

Coulrofobia, fobia de palhaço

Karlla Regina, assistente administrativa, possui um medo extremo de palhaços. Conforme ela, isso começou quando ainda era adolescente. “Eu tinha 11 ou 12 anos e tive um pesadelo com palhaços, onde ele era assassino e matava toda minha família a facadas”. Ela explica que a fobia teve um impacto grande em sua vida. “Desde que tive esse sonho, eu não conseguia mais olhar para qualquer coisa que pudesse me lembrar palhaço. Até máscara ou um palhaço de circo, rua, nem imagens”. Segundo ela, as situações lhe dão ataques de pânico.

Ela explica que tentou ferramentas para superar a coulrofobia. Ela conta que tentou assistir IT, a coisa. No entanto, passou muito mal durante o filme. Depois disso, quando vê uma máscara ou palhaço, ela fala para si mesma: “é só uma pessoa, você consegue”. Ainda assim, ela evita olhar, pois não gosta mesmo de palhaços. “Como é algo que não tem muita frequência de se ver, fico mais tranquila. Mas não gosto de ver, assistir ou ter perto nada de palhaço”, explica.

Ornitofobia, medo de pombos

A advogada Nathália Queiroz conta que desenvolveu pânico de pombos aos 11 ou 12 anos. E, no caso dela, não tem uma explicação clara. Ela só sabe que sente medo de pombos.

“Desde essa época eu já comecei a fazer TCC (Terapia Cognitiva-Comportamental), para buscar superar, ou, pelo menos, de alguma forma atenuar o medo que eu tinha de pombos. Essa fobia gerou uma mudança muito grande na minha vida. Eu era uma pessoa muito noturna, porque pombos não são bichos noturnos. E aí eu saía muito mais com frequência à noite, justamente porque eu tinha muito medo de pombos de dia”, conta.

Nathália diz que fez muita terapia e que hoje consegue sair em lugares onde vê pombos. “Eu preciso manter uma certa distância. Se eu estiver sentada num café e aparecer um pombo do meu lado, eu vou levantar e sair. O susto, a adrenalina, na hora é muito ruim. Então eu evito”, afirma.

A advogada destaca que a terapia TCC foi essencial para ajudar a lidar com sua fobia. “Não a superar, mas talvez atenuar esse medo que eu tenho. Antes, eu não conseguia nem sair à luz do dia por medo de sair e abrir a porta do meu carro e ter um pombo. Isso gera muito medo ainda, mas eu não tenho mais deixado de viver tanto por conta disso”, explica.

Aracnofobia, medo de aranha

O professor Nícolas Tadashi conta que sua fobia de aranhas teve início quando tinha cerca de 12 anos. “Um primo meu tinha uma daquelas aranhas caranguejeiras, gigantescas, de plástico, de brinquedo. Daí aquilo um dia me desesperou profundamente. É o primeiro acontecimento de que eu me lembro com mais certeza. E me lembro também que, na mesma época, meu padrasto e meus pais tinham um sítio na região mais rural de Friburgo (RJ). Houve uma temporada de aranhas, uma temporada muito grande, e aquilo me deu um pavor gigantesco”, relembra.

Depois disso ele conversou com os pais e com uma psicóloga. “Ela chegou um pouco nesse diagnóstico, mas eu não consegui tratar na época, não quis, não queria abordar o assunto”, salienta.

O professor conta que evita ao máximo ter teia de aranha em casa e coisas desse tipo. “Eu sei que é um medo muito forte”, conta. Ele diz que a fobia o leva a ter uma ideia quase obsessiva compulsiva de sair espirrando inseticida pela casa e até nos corredores do prédio onde mora. “É uma coisa um pouco estranha, mas eu faço e me sinto mais seguro. Mas ele impacta no sentido de eu não poder, por exemplo, assistir a um filme que tem alguma coisa nesse sentido”, afirma.

Em relação a buscar tratamento mais regular, Nícolas diz que não há uma tentativa clara de superação. “Mas nas tímidas estratégias que me ocorreram, elas se deram por via do atendimento psicológico, do acompanhamento psicológico que eu já fazia. Enfim, como uma questão de saúde, não especificamente por conta disso. Eu lido com isso, pelo menos conscientemente, mais ou menos há uns 16 anos, eu acho”, acrescenta.

Tadashi afirma que a última vez que tocou no assunto foi no processo de luto da morte do pai. Ele entende que a fobia aflora em momentos muito tensos da vida. “Então, em momentos de uma separação amorosa, em momentos como já ocorreu de sofrer uma traição amorosa, eu tenho, às vezes, sonhos com aranhas e tudo mais. Aí é difícil, mas depois apazigua um pouco”, acrescenta.

Claustrofobia, medo de espaços fechados

A estudante Ana Monteiro conta que a fobia de espaços fechados surgiu mais ou menos aos 8 anos de idade. “Eu e minha mãe fomos a um prédio. Eu estava indo para uma consulta e o prédio era muito grande. Nosso andar era quase no décimo, eu nunca tinha andado de elevador. Foi quando eu entrei naquele lugar fechado, pequeno, apertado, entrou um tanto de gente junto e o elevador deu uma leve parada. Eu lembro que eu comecei a chorar muito e minha mãe teve que me pegar no colo, porque eu comecei a ficar desesperada, comecei a ficar com falta de ar e foi aí que começou”, recorda-se.

Ana conta que até hoje esse medo extremo de lugares fechados a afeta muito. Ela lembra que foi a um evento em um lugar fechado, onde tinha muita gente. Isso lhe causou pavor. “Era em um lugar fechado, com muita gente, e eu não estava conseguindo mexer, não estava conseguindo andar e nem respirar, o ar não estava chegando”, conta.

“Essa caustrofobia é um saco. Você não consegue ficar em lugar nenhum. Não só de elevador, mas tipo assim, qualquer lugar fechado, mas qualquer lugar fechado mesmo, ambiente fechado e muito cheio eu fico agitado, eu começo a perder o ar. O impacto que teve na minha vida foi que tem certos lugares que eu não consigo ir, algumas reuniões que dependem do lugar, eu não consigo ir por conta disso. Ninguém entende, mas eu não consigo ficar. Meu coração começa a acelerar, minha respiração falta. Então, tem certos lugares que eu não posso ir”, conclui Ana Monteiro.

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