Caso Henry: após 3 anos e meio, Dr Jairinho e Monique não foram a júri
Menino Henry Borel foi morto em março de 2021. Apesar ordem para júri popular, recursos das defesas têm postergado processo judicial
atualizado
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Faz três anos e meio que o menino Henry Borel, que tinha 4 anos, morreu no Rio de Janeiro. São réus pelo crime a mãe do garoto, a professora Monique Medeiros, e o então namorado dela, Jairo Souza Santos Júnior, mais conhecido como doutor Jairinho.
Os dois estão presos preventivamente, acusados de envolvimento no crime. Jairinho perdeu o registro de médico, o mandato de vereador e o relacionamento. A juíza Elizabeth Machado Louro, do II Tribunal do Júri, ordenou que o ex-casal fosse levado a júri popular, mas isso ainda não ocorreu.
O motivo é que advogados dos réus recorreram ao Tribunal de Justiça do Rio e ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), e estão postergando o processo. Um dos recursos ainda não foi julgado; por isso, o júri não pode ser marcado.
O crime
O laudo da necropsia do corpo do menino Henry Borel apontou que a morte foi causada por hemorragia interna e por laceração hepática por ação contundente. Ainda consta nos exames que havia 23 lesões no corpo da criança.
As acusações a Jairinho e a Monique são de homicídio, tortura e coação. Os réus afirmaram à época do crime, ocorrido em março de 2021, que a criança foi encontrada desacordada na residência onde os dois viviam, na Barra da Tijuca, no Rio.
Henry foi levado ao hospital. Lá, os profissionais de saúde declararam a morte por hemorragia interna e laceração hepática. Monique e Jairinho argumentaram que teria havido um acidente doméstico.
O processo destaca que não houve qualquer justificativa para as agressões que tiraram a vida da criança. “O crime foi cometido por motivo torpe, uma vez que Jairinho alegrava-se com a dor e o desespero da criança, enquanto Monique anuiu aos episódios de violência em prol de seu benefício financeiro, alcançado pela união com o ex-vereador, mediante recurso que impossibilitou a defesa da vítima, e com o emprego de meio cruel, tendo a vítima sofrido intenso sofrimento físico”.
No processo, Jairinho e Monique chegaram a ser acusados de fraude processual. Mas, com o decorrer das investigações, não foram constatadas provas de que teria havido tal atitude por parte deles. A acusação surgiu pelo fato de uma funcionária ter limpado o apartamento onde eles viviam. No entanto, não ficou evidenciado de que houve ordem diferente da habitual para a limpeza do imóvel.
Jairinho e Monique seguem alegando inocência. Ambos estão presos preventivamente.