Após suspensão de passaportes, procurador afirma que Temer sufoca a PF
Um dos responsáveis pela Lava Jato no Paraná, Carlos Fernando dos Santos Lima criticou a redução da equipe investigadora da operação
atualizado
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O procurador da República Carlos Fernando dos Santos Lima, um dos responsáveis pela Operação Lava Jato no Paraná, criticou o governo do presidente Michel Temer (PMDB), um dia após a suspensão pela Polícia Federal da emissão de passaportes. Lima lamentou, ainda, a redução da equipe responsável pela operação e sugeriu que isso pudesse prejudicar as investigações pelo Brasil.
“O governo Temer sufoca a Polícia Federal. Nem dinheiro para a emissão de um documento necessário como o passaporte”, escreveu o procurador em sua página no Facebook, nesta quarta-feira (28/6). “Imagine como está a continuidade das diversas investigações pelo país.”
Segundo Lima, na operação Lava Jato “a equipe da polícia foi significativamente reduzida”. O procurador ainda questionou: “A quem isso interessa?”A PF informou nesta terça-feira (27) que está suspensa a confecção de novas cadernetas de passaportes solicitadas a partir de então. “A medida decorre da insuficiência do orçamento destinado às atividades de controle migratório e emissão de documentos de viagem”, disse. O agendamento on-line do serviço e o atendimento nos postos da instituição continuarão funcionando normalmente.
Não há, porém, previsão para entrega do passaporte enquanto não for normalizada a situação orçamentária. Quem tiver sido atendido antes do dia 27 receberá o passaporte normalmente.
Na segunda-feira (26), a PF concluiu que Temer cometeu o crime de obstrução de investigação de organização criminosa em relatório encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF), no qual também vê a mesma conduta criminosa do ex-ministro do governo Temer Geddel Vieira Lima e do empresário e delator Joesley Batista.
A atribuição de conduta criminosa a Temer se dá, na visão da PF, “por embaraçar investigação de infração penal praticada por organização criminosa, na medida em que incentivou a manutenção de pagamentos ilegítimos ao deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) — que está preso —, por Joesley. Ao mesmo tempo, o presidente deixou de comunicar a autoridades competentes a suposta corrupção de integrantes da Magistratura Federal e do Ministério Público Federal (MPF) que lhe fora narrada pelo mesmo empresário.