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Saiba o que Lula vai enfrentar em seu retorno ao Planalto após recuperação

Além da agenda normal, presidente Lula tem pelo menos duas dores de cabeça pela frente: reforma ministerial e a taxa de juros

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Presidente Lula discursa em cerimônia de celebração do Dia Mundial do Meio Ambiente, no Salão Nobre do Palácio do Planalto 6
1 de 1 Presidente Lula discursa em cerimônia de celebração do Dia Mundial do Meio Ambiente, no Salão Nobre do Palácio do Planalto 6 - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) volta a despachar do Palácio do Planalto, nesta segunda-feira (31/7). Até domingo (30/7), o mandatário estava em recuperação do tratamento que fez na última quarta-feira (26/7), para buscar aliviar as dores que sente no quadril.

Na agenda, Lula recebeu Maria Laura da Rocha, secretária-geral das Relações Exteriores. A agenda mais importante acontece às 11h, com a cerimônia de sanção do projeto de lei que institui o Programa Escola em Tempo Integral.

Na parte da tarde, o presidente terá três reuniões. A primeira será com o ministro Lelio Bentes Corrêa, presidente do Tribunal Superior do Trabalho e do Conselho Superior da Justiça do Trabalho. Em seguida, Jorge Viana, que comanda a Apex, se encontrará com Lula. Por mim, Jorge Messias, advogado-geral da União, e Vinícius Carvalho, ministro da Controladoria-Geral da União, serão recebidos no Planalto.

Imbróglios de Lula

Os compromissos de Lula vão além da agenda. Uma das principais brigas neste início de governo tem sido a taxa de juros. Lula e seus ministros da área vêm em confronto aberto com Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, para que o índice caia. Nesta quarta-feira (2/8), o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC deve promover a tão aguardada queda.

Nesta segunda, por exemplo, Fernando Haddad, ministro da Fazenda, está com banqueiros em São Paulo. Um dos motivos principais é forçar uma decisão positiva para que a taxa de juros caia pelo menos 0,25 pontos.

Paira sob o governo, há meses, a fumaça da reforma ministerial: há, pelo menos, quatro ministérios no alvo de PP e Republicanos, partidos com os quais o governo tem negociado cargos na Esplanada.

O PP, por um lado, quer a gestão de pautas consideradas estratégicas, como é o caso do Ministério da Saúde, chefiado por Nísia Trindade, e do Ministério do Desenvolvimento Social, de Wellington Dias. As duas pastas recebem grande parte das emendas parlamentares. O presidente Lula, porém, já anunciou publicamente que as duas pastas são suas e que uma troca no comando desses ministérios não deve ocorrer.

Já o Republicanos tem demonstrado interesse em assumir a chefia do Ministério do Esporte, de Ana Moser, ou do Ministério da Ciência e Tecnologia, de Luciana Santos.

Além das mudanças no comando de ministérios, as trocas devem afetar a Caixa Econômica Federal e a Fundação Nacional de Saúde (Funasa). O banco público, pelas contas do Centrão, rifaria Rita Serrano para abrigar o ex-ministro Gilberto Occhi, indicado pelo PP.

Já a recém-recriada Funasa, que conta com um orçamento bilionário, é disputada por PP e União Brasil. O Planalto, porém, insiste que o comando do órgão será entregue a um nome técnico e de carreira. Outro pedido do Centrão é a Empresa Brasileira de Turismo (Embratur), que hoje é chefiada por Marcelo Freixo (PT), aliado próximo de Lula.

Segundo o Palácio do Planalto, Lula terá uma agenda cheia, até o dia 11 de agosto. Veja abaixo a previsão de compromissos:

31 de julho
– Sanção do projeto de lei da escola em tempo integral
– Recebe o presidente do TST, Lelio Bentes

1º de agosto
– Conversa com o Presidente

2 de agosto
– Café da manhã com correspondentes estrangeiros

3 de agosto
– Posse do ministro do STF, Cristiano Zanin
– Posse do ministro do Turismo, Celso Sabino

4 de agosto
– Inauguração do Linhão, que conecta Roraima ao Sistema Interligado Nacional, em Parintins – Amazonas

7 de agosto
– Inauguração da Infovia 1 e visita ao Navio Hospital Escola Abaré, em Santarém – Pará

8 de agosto
– Conversa com o Presidente e Cúpula da Amazônia – Pará

9 de agosto

– Cúpula da Amazônia – Belém

10 de agosto
– Expansão do BRT – Rio de Janeiro

11 de agosto
– Lançamento do Novo PAC – Rio de Janeiro

Lula passou por “denervação percutânea”

No Hospital Sírio-Libanês, em Brasília, o petista passou por uma “denervação percutânea”. O procedimento durou cerca de uma hora e meia e não teve intercorrências, segundo comunicado do Palácio do Planalto.

“O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, deu entrada no Hospital Sírio-Libanês – unidade Brasília –, nesta manhã (26/7), para a realização de um procedimento eletivo, minimamente invasivo, de denervação percutânea, no quadril direito, para alívio de dor crônica até a realização de uma cirurgia prevista para outubro, uma artroplastia de quadril, para a solução definitiva do problema. O procedimento de hoje foi realizado sem intercorrências e o presidente deve cumprir agenda no Palácio da Alvorada até esta quinta-feira (27/7)”, disse o órgão em comunicado.

O chefe do Executivo federal sofre de um problema na articulação coxofemoral, também chamada de articulação do quadril, um membro parecido com uma bola, localizada na cabeça do fêmur. Ela se articula com o quadril, possibilitando o movimento da perna.

A deficiência de Lula se caracteriza pela artrose de quadril ou osteoartrose, que é um desgaste da articulação coxofemoral – a maior articulação do nosso sistema musculoesquelético. A dor pela complicação aparece, principalmente, na região da virilha e na frente do quadril.

Necessidade de cirurgia

Durante o programa Conversa com o Presidente, nessa terça-feira (25/7), Lula admitiu que as dores no quadril estão atrapalhando sua vida e seu trabalho e, por isso, vai marcar para outubro deste ano procedimento cirúrgico. Enquanto o mandatário estiver em recuperação, o cargo será ocupado interinamente pelo seu vice, Geraldo Alckmin (PSB).

“Eu estou como jogador de bola que não quer dizer para o técnico que está sentindo uma dor, para não ir para o banco”, disse Lula, em sua live semanal.

“Eu tenho um problema na cabeça do fêmur”, explicou. “Faz tempo que eu tenho isso. Uma vez, um médico me disse o seguinte: ‘Olha, presidente, a cabeça do fêmur, essa dor no quadril, só quem vai decidir operar é o senhor, porque o senhor sabe o limite da sua dor”, relatou o titular da República, ao dizer que o momento está chegando.

O presidente, então, confirmou o agendamento da cirurgia para outubro devido aos compromissos internacionais que tem nas próximas semanas.

“O que me sobra de tempo é outubro. Eu tenho que calcular bem. É uma cirurgia razoavelmente rápida, de duas horas e meia. Depois, vai depender da minha disciplina de recuperação. Enquanto eu estiver me recuperando, o Alckmin fica no comando. Eu tenho total confiança. Ele é um parceiro extraordinário e, enquanto isso, o Brasil vai em frente”, concluiu Lula.

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