Após saída de militares, homem é preso por esfaquear jovem na Rocinha
Autor do crime, Fabrício Manhães, afirmou que estava vingando o filho adolescente que foi torturado nesta sexta-feira (29/9)
atualizado
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Horas depois de as Forças Armadas deixarem a Rocinha, na zona sul do Rio de Janeiro, nesta sexta-feira (29/9), um homem foi preso por esfaquear um jovem na porta da casa dele. O autor do crime, Fabrício Manhães, que é guardião de piscina e mora no morro, disse ter vingado o filho, adolescente que foi torturado nesta quinta-feira (28), na favela e salvo da morte por homens da Marinha.
Segundo ele, o rapaz foi espancado, amarrado e quase queimado vivo porque estava com um boné que dizia “Jesus Cristo é o dono do lugar”.
Manhães negou que o filho tivesse qualquer envolvimento com o tráfico. “Ele é trabalhador, não tinha vínculo com nada, com Nem, com Rogério. Fui atrás do meu prejuízo. Amarraram meu filho para matar, meu filho não é bandido. Derramaram o sangue da minha família. Pode ser até o papa, mas eu vou atrás”, disse, enquanto era levado à delegacia da Rocinha. Ele foi autuado por tentativa de homicídio.
O jovem esfaqueado, Carlos Alexandre da Silva, de 19 anos, estava dormindo quando foi atacado. Ele está internado.
Manhães foi à casa dele dizendo que tinha uma oferta de emprego. A mãe, Lucia da Costa, lhe disse que o filho estava dormindo. Silva foi então chamado, e Manhães o esfaqueou diversas vezes.
Depois, ele correu pela Via Ápia, uma das ruas mais movimentadas da Rocinha. Moradores tentaram linchá-lo, e a polícia o resguardou. A mãe de Silva ficou inconsolável. “Esse desgraçado disse que queria ajudar meu filho. Ele vai pagar no inferno.” Ela contou que o filho tem passagem pela polícia.