Após reunião com Peña, Lula fala em “rediscutir” tarifas de Itaipu
Presidente do Paraguai, Santiago Peña veio ao Brasil para agenda de trabalho e foi recebido no Itamaraty, em meio a impasse sobre Itaipu
atualizado
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A reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com o presidente do Paraguai, Santiago Peña, acabou sem resolução sobre a tarifa cobrada pela energia da usina hidrelétrica Itaipu Binacional. Em pronunciamento conjunto, nesta segunda-feira (15/1), Lula afirmou existir “divergências”.
“Disse ao companheiro que vamos rediscutir a questão das tarifas da Itaipu. Nós temos divergência na tarifa, mas estamos dispostos a encontrar solução conjuntamente e, nos próximos dias, vamos voltar a fazer reunião”, afirmou o chefe do Executivo brasileiro.
Lula e Peña tentaram avançar no acordo para fixar um valor, sem consenso desde o ano passado. O governo paraguaio defende o aumento de preços, enquanto o Brasil quer a redução ou uma manutenção do atual valor.
O petista, então, disse ser um “ano primoroso para Paraguai e Brasil, porque finalmente terminamos de pagar a dívida de Itaipu, feita há 50 anos. E temos condições de usar os recursos para melhorar qualidade de vida do povo do Paraguai e do Brasil”.
Lula também falou pela boa relação entre os países e disse que o “Brasil precisa ir a Assunção”, além de prever uma ida a Porto Murtinho (MS) para ver a Ponte da Integração entre os territórios.
Apesar de prever uma “relação mais harmoniosa, profissional e política entre dois países”, o presidente brasileiro afirmou torcer para que “na próxima reunião possamos dizer o que aconteceu de fato e o acordo que fizemos”.
Usina de Itaipu
Brasil e Paraguai dividem, por igual, a energia elétrica produzida na usina, mas o Brasil consome mais que o país vizinho e compra o excedente. Por isso, é do interesse do governo paraguaio um aumento da tarifa, o que afetaria as contas brasileiras.
Peña chegou por volta das 11h40 para agenda no Palácio Itamaraty, seguido de almoço. Os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Mauro Vieira (Relações Exteriores) também participaram do encontro.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, não esteve presente em função da viagem ao Fórum Econômico de Davos. Ele foi representado pelo ministro substituto, Arthur Cerqueira Valério.