Após reunião com Guaidó, senadores discutirão Venezuela no Parlatino
Ao passar pelo Senado, o venezuelano se deparou com manifestações de alguns funcionários contra e a favor de sua ascensão
atualizado
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Após a reunião do autodeclarado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), além de senadores e deputados, a Comissão de Relações Exteriores do Senado vai formar um grupo de trabalho específico para tratar da questão do país vizinho.
De acordo com o presidente da comissão, senador Nelson Trad (PTB-MS), uma das primeiras ações do grupo será articular com outros países uma nova reunião no Parlatino, no Panamá, com o objetivo de propor novas eleições na Venezuela.
“Vamos propor uma reunião em um país neutro, o Panamá, onde se encontra a sede do Parlatino, que é uma instituição que congrega os parlamentares da América Latina. Inclusive, quando falei isso, ele [Guaidó] informou que já foi membro do Parlatino e concordou plenamente”, disse o senador ao sair da reunião. Para Trad, a articulação no Parlatino deve ocorrer em meados de março.
Após a reunião, o senador Trad informou ainda que Guaidó evitou falar com o governo brasileiro diretamente sobre a possibilidade de uma intervenção militar, promovida pelos Estados Unidos, contra o governo de Nicolás Maduro. Na reunião, quando este tema foi abordado, de acordo com Trad, Guaidó disse que era um “assunto delicado”.
“Este é um assunto delicado e ele não gostaria e não desejaria que isto chegasse a este ponto”, contou o senador. “Ele disse que o sofrimento que o povo dele está passando já é demais diante de toda a situação que está se vivenciando. Ele entende que cada vez mais, com pressões diplomáticas, com sanções econômicas, poderá haver uma cedência por parte do governo atual que está se instituindo na Venezuela”.
Novas eleições
Sobre a convocação de novas eleições, Guaidó disse que esta é a sua intenção. “A intenção é justamente essa: de se restabelecer um governo de transição, fincar na terra da Venezuela a democracia, para que ela nunca mais venha a sucumbir, e convocar novas eleições”, observou o senador.
Outro detalhe tratado por Guaidó na reunião refere-se a sua segurança e a de sua família. O opositor viaja acompanhado da mulher e sua filha, com pouco mais de um ano, ficou no país aos cuidados da avó. Com isso, Guaidó diz que voltará à Venezuela, mesmo correndo o risco de ser preso e processado pelo regime de Maduro.
“Perguntei da filha dele, de um ano, que ficou na Venezuela junto com a avó. A esposa estava acompanhando aqui e realmente é uma situação muito forte. Ele está sentindo muito tudo isso”, contou. “Ele disse que é a causa dele se sobrepõe a qualquer medo”, disse Trad.
A favor e contra
Durante sua visita ao Senado, Guaidó se deparou com manifestações de funcionários da Casa contra e a favor de sua ascensão na Venezuela. Um deles chegou a ser retirado pelos seguranças da Casa após chamar o opositor de Nicolás Maduro de golpista.
Assista ao vídeo com o protesto:
Após deixar o Brasil, Guaidó seguirá para uma visita ao Paraguai e, em seguida, pretende retornar à Venezuela.