Após reportagem do Metrópoles, MP discorda de pedido para arquivar caso de trans desaparecida
Delegado pediu para arquivar caso de trans desaparecida mesmo com investigação parada e incompleta. Promotora chama situação de gravíssima
atualizado
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O Ministério Público de Goiás (MPGO) não permitiu o arquivamento do inquérito sobre o desaparecimento da jovem trans Alícia Marques, de 18 anos. Reportagem do Metrópoles revelou que o delegado responsável pelo caso pediu o arquivamento mesmo com a investigação parada e incompleta.
Alícia foi vista pela última vez na noite de 12 de fevereiro de 2022 em uma distribuidora de bebidas em Aparecida de Goiânia (GO), região metropolitana da capital goiana, próximo do bairro em que ela morava com a mãe, a irmã e sobrinhos.
“O fato de não ter havido nenhuma notícia de Alícia desde a época do desaparecimento indicam que se trata de uma situação gravíssima, quiçá um caso de homicídio de um jovem de 18 anos, que não pode ser negligenciado pelos órgãos de segurança pública”, escreveu a promotora Simone Disconsi de Sá Campos, da 7ª Procuradoria de Justiça de Aparecida.
Reportagem do Metrópoles publicada em 10 de maio revelou que o delegado da Polícia Civil Jonatas Barbosa pediu o arquivamento do inquérito no dia 26 de janeiro deste ano, pouco antes do desaparecimento completar um ano.
Nas 340 páginas do inquérito sobre o desaparecimento foi possível constatar a paralisação da investigação mesmo sem a jovem ser encontrada e mesmo com indicativos para continuidade da apuração.
Horas após a publicação da reportagem, a promotora Simone Disconsi se manifestou contra o arquivamento e pediu a continuidade da investigação com o envolvimento de outras unidades da polícia.
Em nota, a Polícia Civil de Goiás disse que “as diligências requisitadas pelo Ministério Público encontram-se em fase de cumprimento”.