Após reforma, Museu do Ipiranga reabre ao público em 8 de setembro
O museu ficou fechado por oito anos e passou por grandes transformações na estrutura. O espaço repaginado terá o dobro de tamanho
atualizado
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Após ficar oito anos fechado por conta de uma grande reforma, o Museu do Ipiranga será reaberto na próxima semana. Primeiro, no dia 7 de setembro, o espaço voltará a receber escolas públicas, trabalhadores de obra e suas famílias. Em seguida, no dia 8 de setembro, o museu vai abrir as portas para o público em geral.
Desde 2013, a instituição passava por obras em sua estrutura, que geraram um custo de R$ 235 milhões. Para a celebração do bicentenário da Independência do Brasil, o novo museu terá o dobro do tamanho e poderá receber até 11 exposições simultâneas.
A estimativa é que o espaço receba de 900 mil a 1 milhão de visitantes por ano. Nesta segunda-feira (29/8), o governador de São Paulo, Rodrigo Garcia, fez vistoria nas obras ao lado de moradores antigos da região.
Do total investido para a repaginação do espaço cultural, R$ 183 milhões são oriundos da Lei Rouanet, ferramenta de fomento à cultura no país. Além dos recursos federais, foram feitos aportes pelo governo do estado (que investiu R$ 34 milhões) e por empresas, mas sem incentivo fiscal.
“O Museu do Ipiranga tem um valor inestimável para o nosso país e falta muito pouco para que este importante símbolo do processo de independência do Brasil, totalmente restaurado e ampliado, seja devolvido à população. Neste mês, realizei uma visita técnica para acompanhar os últimos ajustes e pude verificar, de perto, a grandiosidade das obras, viabilizadas com o apoio financeiro do Ministério do Turismo”, afirmou o ministro do Turismo, Carlos Brito, à Agência Brasil.
Mudanças na estrutura
As obras foram executadas em duas grandes frentes: restauro do Edifício-Monumento e ampliação do edifício. Com o novo espaço criado, de 6,8 mil m², o museu ganha entrada integrada ao Jardim Francês, além de bilheteria, café, loja, auditório para 200 pessoas, espaços e salas para atendimento educativo, além de uma grande sala de exposições temporárias, com 900m².
No Edifício-Monumento, foram realizados reparos em todos os detalhes da arquitetura, incluindo os 7,6 mil m² das fachadas, que, pela primeira vez, passaram por limpeza, decapagem, recuperação dos ornamentos, aplicação de argamassa, tratamento de trincas e, por fim, a pintura.
O Novo Museu do Ipiranga também conta com o Jardim Francês restaurado, localizado em frente ao Edifício-Monumento. A obra incluiu restauração de toda a área construída e do paisagismo, reforma do espaço da antiga administração para instalação de um restaurante, criação de infraestrutura para food bikes.
Além disso, a obra contou com a modernização da iluminação pública, requalificação das vias de acesso (inclusive com equipamentos de acessibilidade), reativação da fonte central e restauração de duas fontes presentes no projeto original do jardim, mas destruídas na década de 1970.
Exposições e segurança
As 11 novas exposições do museu incluirão cerca de 3,5 mil itens do acervo, o qual possui 450 mil itens e documentos no total. Pela primeira vez na história do museu, a instituição também estará apta a receber acervos de outras instituições, inclusive internacionais, graças à instalação de ar-condicionado.
O museu também contará com um novo sistema para prevenção de incêndios. O sistema de sprinklers adotado é do tipo “pré-ação” com tecnologia que antevê alarmes falsos, evitando disparos acidentais.
A parte elétrica é outra que foi integralmente reformada e envolvida em manta cerâmica, material capaz de reter altas temperaturas, normalmente utilizado em portas corta-fogo.
As tecnologias de prevenção contra incêndios estão integradas a um sistema inteligente de gerenciamento predial, otimizando processos de segurança, manutenção do prédio e conservação do acervo.
O prédio ganhou ainda a instalação de vidros de baixa transmitância, que retêm o calor do raio solar, garantindo conforto térmico do prédio e melhor conservação do acervo.
A iluminação é controlada ponto a ponto via sistema de automação, com lâmpadas LED, que gastam menos energia e emitem menos calor. Além disso, foi instalado um sistema híbrido para a circulação de ar, que inclui aparelhos de ar-condicionado apenas na expansão do edifício. A intervenção ecológica preserva a integridade da construção histórica.