Após pressão externa, XP cancela divulgação de pesquisa Ipespe
Pesquisa de intenção de voto vinha sendo medida desde maio de 2020, e será interrompida nesta semana, segundo coluna
atualizado
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A XP Investimentos cancelou a divulgação da pesquisa do Instituto Ipespe da primeira semana de junho sobre intenção de voto para as eleições de outubro após forte reação de bolsonaristas. A informação é da coluna de Mônica Bergamo, na Folha de S.Paulo.
A pesquisa vinha sendo divulgada semanalmente e, na última rodada, mostrou que no primeiro turno das eleições Lula tem 45% dos votos, contra 34% de Jair Bolsonaro no cenário estimulado.
A pesquisa que seria divulgada nesta sexta-feira (10/6) foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no sábado (4/6), sob o número BR-06295/2022. Nesta quarta (8/6), no entanto, ela foi retirada do site por determinação da própria XP.
Segundo a colunista, a XP estava sofrendo pressão em função da crescente vantagem que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato do PT à Presidência da República, ganhava nas pesquisas semanais. O estopim teria acontecido na última rodada de maio, quando o instituto mostrou que 35% dos eleitores consideram que a honestidade é um atributo de Lula, contra 30% que dizem o mesmo sobre Bolsonaro.
Desde a divulgação, diversos parlamentares já se manifestaram contra o resultado nas redes sociais. Ministros de Bolsonaro também teriam telefonado para a XP para reclamar dos números.
Internamente, ainda de acordo com a coluna, diretores e acionistas minoritários se envolveram após clientes, em especial os ligados ao agronegócio, começaram a fechar contas e a retirar investimentos da corretora.
Com o movimento, a XP transferiu o contrato com o Instituto Ipespe para outra empresa do grupo, a Infomoney, que registrou no TSE a pesquisa que seria divulgada nesta semana. Porém, com a continuidade dos ataques, a corretora decidiu cancelar por completo a divulgação dos resultados.
De acordo com a reportagem, a XP deve anunciar que a pesquisa, que vinha sendo divulgada de forma quinzenal desde janeiro de 2020 e passou a ser semanal em maio, será a partir de agora mensal. A expectativa é de que os ataques diminuam e os clientes cessem o movimento de retirada de recursos de seu portfólio.
XP nega
Em nota enviada ao Metrópoles, a XP Investimentos negou que a pesquisa será cancelada e afirmou que a mudança na periodicidade garantirá “uma ferramenta ainda mais ampla para que os investidores compreendam o cenário eleitoral e seus impactos no mercado”.
Veja a íntegra:
“A XP nega que a pesquisa será cancelada e ratifica que contrata diversos tipos de pesquisas de diferentes institutos com o intuito de auxiliar seus clientes a tomarem as melhores de decisões sobre investimentos.
A realização das pesquisas terá periodicidade mensal, com número de entrevistas ampliado em relação às realizadas nos levantamentos anteriores, oferecendo dessa maneira uma ferramenta ainda mais ampla para que os investidores compreendam o cenário eleitoral e seus impactos no mercado. As próximas pesquisas registradas no Tribunal Superior Eleitoral já estarão adequadas ao novo formato.”
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