Após pressão da oposição e crise no GSI, Congresso pode instalar CPMI do 8/1
Instalação da CPMI depende de leitura de requerimento em sesssão do Congresso Nacional, prevista para as 12h desta quarta
atualizado
Compartilhar notícia
O Congresso Nacional pode instalar, nesta quarta-feira (26/4), a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para apurar os atos golpistas de 8 de janeiro. A instalação do colegiado depende de leitura de requerimento em sesssão do Congresso Nacional, prevista para as 12h desta quarta. A expectativa é de que o ato seja realizado pelo presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
A criação do colegiado ganhou força na última semana, após a rede de televisão CNN Brasil divulgar imagens que mostram o ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Instituticional (GSI), Gonçalves Dias, no Palácio do Planalto durante a atuação dos golpistas.
Inicialmente, o governo era contrário à instalação da CPMI, por considerar que a criação do colegiado era uma estratégia da oposição para obstruir as investigaçõs sobre o caso. O autor do requerimento é o deputado André Fernandes (PL-CE).
No entanto, após a divulgação dos vídeos que mostram Gonçalves Dias no interior do Palácio do Planalto, o governo mudou o posicionamento.
Em entrevista coletiva na última semana, o líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães, afirmou que a base irá brigar por cargos de presidência e relatoria do colegiado.
“Ninguém brinca com a democracia. Se o Congresso quiser instalar a CPMI, estamos prontos para ajudar, inclusive para investigar. Já que querem… Nós sempre dissemos: CPMI é instrumento da oposição. É legítimo a oposição pedir CPMI. Quem governa não pode perder tempo com CPI, CPMI, é de oposição”, disse Guimarães.
Composição
O regimento do Congresso prevê que o grupo seja formado por número igual de deputados e senadores indicados por líderes, de acordo com a proporcionalidade dos blocos partidários. Ao todo, serão 32 parlamentares: 16 deputados e 16 senadores.
Na Câmara, o maior bloco é formado por partidos de centro e de esquerda, com 173 deputados. O grupo conta com nomes do PP, União, PSDB, Cidadania, Solidariedade, Patriota, Avante, PSB e PDT.
Ao Metrópoles, governistas disseram que a proximidade com o bloco será usada para diminuir a presença de opositores ao governo na CPMI. Seria uma forma de restringir os mais bolsonaristas aos assentos destinados ao PL no colegiado.
Nomes do chamado “blocão” também informaram à reportagem que estudam a indicação de nomes isentos para a composição do bloco, evitando que parlamentares da oposição ganhem espaço no colegiado. Além disso, o grupo quer a relatoria da CPMI. Um dos nomes ventilados é o de André Fufuca (PP-MA).