Após polêmica envolvendo Bolsonaro, Mourão vai a loja maçônica em Manaus
O senador eleito pelo RS é maçom e viaja nesta quinta-feira a Manaus para participar de celebração de 150 anos de loja maçônica na cidade
atualizado
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Senador eleito pelo Rio Grande do Sul, o general da reserva Hamilton Mourão (Republicanos) segue no cargo de vice-presidente do Brasil até o fim do ano e, representando esse cargo, participa nesta quinta-feira (6/10) de cerimônia em uma loja maçônica de Manaus (AM).
Veja a agenda oficial do vice-presidente para a data:
A viagem oficial do vice ocorre em meio a uma polêmica em torno da maçonaria, que é uma organização criticada por correntes cristãs e que virou assunto na corrida presidencial com a viralização do vídeo de uma visita do presidente Jair Bolsonaro (PL) a uma loja maçônica ainda na pré-campanha da eleição de 2018.
As imagens estão sendo exploradas pela militância petista para desgastar a imagem de Bolsonaro junto ao eleitorado religioso. A repercussão obrigou Bolsonaro a se explicar: “Está aí na mídia o pessoal me criticando porque fui a uma loja maçom em 2017. Fui, sim, fui numa loja maçom”, disse o presidente. “Acho que foi a única vez que eu fui na loja maçom. Eu era candidato a presidente [na eleição passada] e pouca gente sabia. Um colega falou ‘vamos lá’, e eu fui lá. Acho que foi aqui em Brasília”, completou Bolsonaro, que disse ainda que foi muito bem recebido.
“E eu sou presidente de todos, e ponto final. Fui de novo? Não fui. Agora, eu sou o presidente de todos. Isso, agora, a esquerda faz um estardalhaço. O que eu tenho contra maçom? Não tenho nada”, concluiu o presidente, em conversa com jornalistas.
Mourão é maçom
O vice-presidente Mourão é maçom há mais de 20 anos. Em 2019, o Metrópoles mostrou que, após sua eleição, Mourão teve ascensão meteórica na organização, passando do nível quatro para o 33, o grau mais alto da maçonaria. Com isso, Mourão é Grande Inspetor-Geral da Ordem. Essa ascensão causou polêmica entre outros maçons na época.
Porque existe polêmica
No centro da polêmica com o atual chefe do Executivo, a maçonaria contraria a Igreja Católica e outras denominações cristãs. Até 1983, o católico que frequentasse reuniões da organização era excomungado. Desde então, a pena é um interdito, o que impede o fiel de comungar e confessar.
Autoridades católicas afirmam que há uma inconciabilidade intrínseca à própria natureza de ambas as instituições. “Os fiéis que pertencem às associações maçônicas estão em estado de pecado grave e não podem aproximar-se da Sagrada Comunhão”, diz documento oficial do Vaticano, aprovado pelo papa João Paulo II.
Organizações maçônicas, no entanto, negam que há contradição entre seus princípios e aqueles da igreja. Segundo a Maçons Brasil, não há qualquer princípio religioso na maçonaria, mas seus participantes devem reconhecer a “existência de um único princípio criador, regulador, absoluto, supremo e infinito ao qual se dá, o nome de Grande Arquiteto do Universo”.
“A Maçonaria não é uma religião. É uma sociedade que tem por objetivo unir os homens entre si. União recíproca, no sentido mais amplo e elevado do termo. E nesse seu esforço de união dos homens, admite em seu seio pessoas de todos os credos religiosos sem nenhuma distinção”, declara a organização.