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Após polêmica com prisão de médico, delegado é transferido em Goiás

Polícia quer evitar desgaste para delegado, que é investigado pelo Ministério Público de Goiás por suposto abuso de autoridade em Cavalcante

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Delegado é afastado após prender médico que o impediu de furar fila em Cavalcante, Goiás
1 de 1 Delegado é afastado após prender médico que o impediu de furar fila em Cavalcante, Goiás - Foto: Reprodução

Goiânia – A Polícia Civil de Goiás (PCGO) transferiu o delegado Alex Rodrigues da Silva da delegacia de Cavalcante, na Chapada dos Veadeiros, nesta sexta-feira (11/2), 15 dias depois de ele prender um médico que, supostamente, negou atendimento antecipado na fila de pacientes com Covid-19. O Ministério Público (MP) investiga se houve abuso de autoridade.

O destino do delegado deverá ser divulgado em portaria prevista para ser publicada ainda nesta sexta. Nos bastidores, fontes da polícia comentam que a cúpula da corporação combinou com Alex a transferência dele da delegacia, como forma de diminuir o desgaste provocado pela repercussão do caso, que ocorreu em 27 de janeiro.

“Critérios técnicos”

Oficialmente, a PCGO informou apenas que “por critérios técnicos, houve mudanças nas lotações de vários delegados”, não só a de Rodrigues.

A Prefeitura de Cavalcante fez um post nas redes sociais e anunciou que a delegada Lucilene Guimarães vai atender o município a partir do dia 14 de fevereiro.

 

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Registro

Além disso, uma ala da polícia defende o delegado e endurece as críticas contra o médico Fábio Marlon Martins França, por ele atuar sem registro no Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego).

No entanto, a Prefeitura de Cavalcante informou que Fábio faz parte do programa Mais Médicos, do Governo Federal, e que, neste caso, não é exigido o registro no Cremego para exercer a medicina. Então, a situação dele estaria regular. O município explicou ainda que o médico atende na cidade desde novembro de 2016 e que nunca teve nenhum tipo de reclamação.

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População de Cavalcante se revoltou com a prisão do médico e exigiu a soltura dele
Médico Fábio França, que foi preso pela PCGO por negar atendimento antecipado a delegado com Covid
Médico está isolado da família, por causa do contato que teve com o delegado diagnosticado com Covid-19
Momento da prisão do médico no posto de saúde de Cavalcante (GO), na Chapada dos Veadeiros
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Médico se formou em medicina em 2015 e atua em Cavalcante (GO), pelo Mais Médicos, desde 2016

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População de Cavalcante se revoltou com a prisão do médico e exigiu a soltura dele

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Médico Fábio França, que foi preso pela PCGO por negar atendimento antecipado a delegado com Covid

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Médico está isolado da família, por causa do contato que teve com o delegado diagnosticado com Covid-19

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Momento da prisão do médico no posto de saúde de Cavalcante (GO), na Chapada dos Veadeiros

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“Dispensa de inscrição”

Em nota ao Metrópoles, o Cremego informou que aguarda apuração por parte das autoridades competentes sobre a prisão do médico, em uma unidade básica de saúde do município de Cavalcante.

“Fábio Marlon Martins Franca não é inscrito no Cremego. Em consulta ao Sistema de Gerenciamento de Programas/Mais Médicos, o Cremego verificou que ele atua em Goiás por meio do Programa Mais Médicos, o que o dispensa de inscrição em qualquer Conselho Regional de Medicina do País, pois o programa é coordenado diretamente pelo Ministério da Saúde”, disse a nota do conselho profissional.

Abuso de autoridade

O Ministério Público abriu um procedimento para investigar a suposta prática de abuso de autoridade por parte do delegado.

No dia 27 de janeiro, França foi preso por ordem de Rodrigues numa unidade de saúde. Segundo informações de testemunhas, a prisão teria ocorrido após o delegado, que estava com Covid-19, pedir para ser atendido com prioridade e o médico negar.

O médico foi liberado no dia seguinte, após passar por audiência de custódia. “Se isso é o preço para eu cumprir, então que me prenda novamente. Toda vez que acontecer isso, toda vez vou fazer a mesma coisa. Não me arrependo de nada”, declarou o médico, no dia em que foi solto.

Segundo o MP, o procedimento instaurado visa a apurar eventual abuso de autoridade por parte do delegado. “Também manifestou-se favoravelmente, perante o Poder Judiciário, para a restituição do celular do médico, objeto que foi apreendido durante a prisão em flagrante. A devolução do celular aconteceu na terça-feira (1º/2)”, informou o órgão.

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