Após polêmica, Barroso diz que “saudade é melhor que caminhar vazio”
Dentro de suas “dicas da semana” no Twitter, ministro do STF citou a canção “Sonhos”, de Peninha, numa possível provocação aos bolsonarista
atualizado
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Na semana em que se viu novamente como alvo preferencial dos bolsonaristas, após declaração durante o 59º Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE) sobre “derrotar o bolsonarismo“, o ministro so Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso voltou com suas costumeiras “dicas da semana”, espaço em que muitas vezes fustigou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Nesta sexta-feira (14/7), Barroso evitou uma “indireta” mais explicita ao ex-presidente e a seus apoiadores, mas sugeriu que “ter saudade é melhor que caminhar vazio”. Sutil, o magistrado indicou a seus seguidores:
- Um livro: The swerve (“A virada”), Stephen Greenblatt;
- Um pensamento: “Saudade é melhor que caminhar vazio”, de Peninha; e
- Uma música: “Costumes“, por Maria Bethânia.
Na última quarta-feira (12/7), durante congresso da UNE, o magistrado fez menção à “derrota do bolsonarismo”. Segundo o STF, a declaração era uma referência “ao voto popular, e não à atuação de qualquer instituição”.
O próprio Barroso, comentou sua fala, depois da repercussão negativa. Na tarde dessa quinta-feira (13/7), o magistrado ressaltou por meio de nota oficial que não quis “ofender os 58 milhões de eleitores” de Bolsonaro.
“Na data de ontem, em Congresso da União Nacional dos Estudantes, utilizei a expressão ‘derrotamos o bolsonarismo’, quando na verdade me referia ao extremismo golpista e violento que se manifestou no 8 de janeiro e que corresponde a uma minoria. Jamais pretendi ofender os 58 milhões de eleitores do ex-presidente nem criticar uma visão de mundo conservadora e democrática, que é perfeitamente legítima. Tenho o maior respeito por todos os eleitores e por todos os políticos democratas, sejam eles conservadores, liberais ou progressistas”, diz a nota na íntegra.
Mas o estrago já estava feito. Parlamentares do Partido Liberal (PL) se mobilizam para apresentar um pedido de impeachment contra Barroso. E ministros do STF e de outros tribunais superiores em Brasília criticaram o discurso feito pelo ministro.