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Após pico da Covid, setor de cirurgias plásticas espera novo recorde em 2022

Sociedade médica vê crescimento exponencial de intervenções. Cirurgião Marcus Marcel analisou o cenário a pedido do Metrópoles e faz alertas

atualizado

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lifting facial cirurgia plástica
1 de 1 lifting facial cirurgia plástica - Foto: Getty Images

Para corrigir um problema de saúde ou por estética, os brasileiros estão buscando como nunca cirurgias plásticas no rosto. Alguns médicos atribuem o movimento à passagem do momento mais duro da Covid-19, doença causada pelo coronavírus, e falam em “epidemia” de procedimentos.

Atores, cantores e apresentadores de televisão rotineiramente ganham o noticiário após intervenções. O caso mais recente é o da jornalista Cristina Rocha, apresentadora do Casos de Família, do SBT, que se rendeu à harmonização facial. O procedimento custou R$ 25 mil.

Mas a procura, indica a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), não se restringe aos famosos. Passado o momento mais duro da pandemia, hospitais e clínicas de estética estão recebendo cada vez mais pacientes.

O consultor de telecomunicações, Victor Gomes, de 28 anos, passou por uma rinoplastia em fevereiro deste ano. Além da questão estética, ele aproveitou para corrigir um desvio de septo.

“Antes de tomar a decisão, tive receio do resultado final não ser o que esperava. Acredito que isso seja comum na maioria dos pacientes. Porém, tive a sorte de encontrar um excelente cirurgião que me tranquilizou sobre o pós-operatório e também através de exemplos parecidos de cirurgias já realizadas por ele, assim conseguimos alinhar bem as expectativas do resultado final”, conta.

Outro exemplo é do nutricionista e educador físico Clayton Camargos, 46 anos. Ele também passou por um procedimento na face recentemente, com uma técnica menos invasiva: implantou fios de ácido polilático.

A técnica promove um efeito de levantamento, espécie de lifting facial, e exige anestesia local apenas nos pontos de entrada e saída das suturas.

Para ele, a pandemia de Covid-19 não foi o fator determinante. Contudo, o nutricionista reconhece que o período motivou, em parte, a decisão de buscar a satisfação pessoal.

“Sobretudo, porque, de fato, [os procedimentos] oferecem uma melhora da autoestima, e tenho a crer que de certa forma ficamos muito abalados durante esse período”, conclui.

“Crescimento exponencial”

A SBCP é categórica: o país vive um “crescimento exponencial” em procedimentos estéticos, principalmente na face. Os números do primeiro semestre ainda estão em fase de consolidação, mas a tendência é de aumento, garante a entidade.

A tendência é que o ano supere os registros de 2021, quando foram realizados 1.493.673 procedimentos, segundo a Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica (ISAPS). O Brasil ficou em primeiro lugar em 2021 do ranking de cirurgia feitas no rosto, como rinoplastia e lifting facial.

“Sem dúvida, as mídias sociais têm influenciado muito, em especial o chamado ‘Efeito Zoom’, pois as pessoas cada vez mais se veem em fotos e vídeos e buscam melhorar aquilo que as incomoda”, explica coordenador Departamento de Inovação da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e professor de cirurgia plástica da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Elvio Bueno Garcia.

Segundo a entidade, o país registrou uma disparada de procedimentos durante a pandemia. “O trabalho on-line e em home office facilitaram o planejamento principalmente no que se refere a recuperação pós-operatória e retorno às atividades, como também economias usadas em viagens foram redirecionadas para procedimentos”, detalha Elvio.

Atualmente, o Brasil já ocupa o primeiro lugar no ranking dos países que mais realizam cirurgias plásticas no mundo, com 1,5 milhão de procedimentos do tipo a cada ano, segundo relatório da da ISAPS. O movimento do mercado atual tem sido chamado por alguns analistas de “epidemia” de procedimentos, com destaque à face.

Veja ranking dos países que mais realizaram cirurgias plásticas em 2021, segundo a Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS):

  • Brasil – 1.493.673
  • Estados Unidos – 1.351.917
  • México – 580.659
  • Rússia – 483.152
  • Índia – 394.728

Referência em procedimentos estéticos e CEO de um instituto médico que leva o próprio nome, o cirurgião Marcus Marcel, analisou o cenário a pedido do Metrópoles.

“A busca por cirurgias estéticas faciais por exemplo cresceu em média 300%, colocou o Brasil no ranking mundial e prevê movimentar mais de US$ 35 bilhões até 2023”, pondera.
O aumento tem ligação com hábitos impostos pela pandemia. “O isolamento social e o excesso de ‘telas’ impactaram de alguma forma na quantidade de cirurgias plásticas de um país já campeão em procedimentos estéticos, como as novas ferramentas de videoconferência, que se popularizaram durante a quarentena para viabilizar o home office”, completa.

Alertas

A escolha de um profissional qualificado é essencial, alerta o médico. “Toda cirurgia, desde a mais simples até a mais complicada, requer cuidados especiais tanto no período pré, quanto no pós-operatório. É sempre imprescindível pedir orientações ao seu médico e equipe sobre como se comportar e se cuidar nesse delicado período”, conclui.

Uma das estratégias ao escolher o local e o profissional a ser contratado é analisar o título de especialista emitido pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. O documento assegura que o médico teve a formação necessária de no mínimo 11 anos na especialidade e está treinado para cirurgias estéticas e reparadoras.

Veja dicas para se ter um cirurgia plástica segura: 

  • O procedimento a ser realizado deve estar homologado pelos órgãos de vigilância sanitária.
  • Procure referências de outros profissionais e pacientes.
  • O paciente deve checar qual é a formação e área de atuação do profissional.
  • A participação e adesão do paciente aos cuidados e recomendações médicas no pré e pós operatório são fundamentais para o sucesso do procedimento.

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