Após pedido do MPRJ, Justiça do Rio decreta prisão de Flordelis
Ex-deputada federal é acusada de ser mandante do assassinato do marido, pastor Anderson do Carmo, em 2019
atualizado
Compartilhar notícia
Rio de Janeiro – A Justiça do Rio de Janeiro decretou nesta sexta-feira (13/8) a prisão preventiva da ex-deputada Flordelis. Ela é acusada de ser mandante do assassinato do marido, pastor Anderson do Carmo, em junho de 2019.
A decisão é da juíza Nearis dos Santos Carvalho Arce, responsável pelo processo, que tramita na 3ª Vara Criminal de Niterói. A magistrada também determinou a proibição de contato entre Flordelis e outros réus, todos presos. A ex-parlamentar deve ser levada para um presídio diferente dos que estão detidos os outros acusados, conforme a decisão.
“A decretação da prisão preventiva da ré Flordelis, assim como já ocorrera em relação aos demais corréus […], mostra-se essencial para a garantia da ordem pública, da eventual aplicação da lei penal e conveniência da instrução criminal, cuja segunda fase dar-se-á possivelmente em sessão plenária futura, afastando, assim, novas possíveis tentativas de obstrução da justiça, e possibilitando a busca da verdade real de forma escorreita”, declarou Nearis no documento.
Até quarta-feira (11/8), Flordelis tinha imunidade parlamentar e respondia em liberdade, mas com uso de tornozeleira eletrônica. No entanto, ela teve o mandato cassado pelo plenário da Câmara dos Deputados. Com isso, o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) encaminhou à Justiça o pedido de prisão nesta sexta-feira.
O promotor Lucas Caldas Gomes Gagliano ressaltou, no pedido do MP, que Flordelis planejou o crime e influenciou membros da família a participarem do assassinato, que ocorreu em Niterói, na Região Metropolitana do Rio. Segundo o órgão, Flávio dos Santos, filho biológico, efetuou os disparos e Lucas César dos Santos intermediou a negociação da pistola 9mm utilizada no crime.
Outra filha biológica, Simone dos Santos Rodrigues, afirmou em uma audiência que era abusada sexualmente pelo pastor e confessou que pagou R$ 5 mil para a irmã Marzy Teixeira da Silva colocar o plano em prática. Ela também disse ter jogado no mar os celulares de Flordelis, Lucas e Anderson para destruir provas.
Flordelis refuta a participação no crime e acusa sua filha Simone de ser a autora.