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Após mortes por Covid, Câmara de Goiânia endurece restrição ao público

Em primeira mão, Metrópoles antecipa detalhes das medidas de contenção que serão publicadas em portaria do Diário Oficial do Município

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Divulgação/Ascom Câmara de Goiânia
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1 de 1 Divulgação/Ascom Câmara de Goiânia - Foto: Divulgação/Ascom Câmara de Goiânia

Depois de uma sequência de mortes de familiares de vereadores em decorrência da Covid-19, a Câmara Municipal de Goiânia decidiu, nesta terça-feira (16/2), endurecer as regras de circulação de pessoas para tentar conter o avanço de casos.

As medidas restritivas ainda serão publicadas em portaria da presidência da Mesa Diretora da Casa, no Diário Oficial do Município (DOM), na quarta-feira (17/2), mas o Metrópoles teve acesso aos detalhes em primeira mão.

A decisão foi anunciada em plenário, um dia depois de o Hospital de Campanha de Goiânia (HCamp) atingir pela primeira vez 100% de ocupação dos leitos de UTI para Covid-19,

A medida também ocorre após morte de três familiares de vereadores, um deles no último sábado (13/2) e dois deles três dias antes, em meio ao agravamento da pandemia na capital.

No plenário, o presidente da Câmara, vereador Romário Policarpo (Patriota), determinou, a partir de quarta-feira (17/2), o fechamento de galerias para visitantes e tribunas destinadas a assessores parlamentares e à imprensa, por tempo indeterminado. O plenário ficará restrito a vereadores.

A imprensa e o público poderão acompanhar as sessões por meio do canal da Câmara de Goiânia no YouTube (TVcamaragyn). Policarpo afirmou que a Mesa Diretora editará “novas medidas sanitárias necessárias ao controle da disseminação do novo coronavírus” na Casa.

O Metrópoles apurou que, entre as novas regras de distanciamento social, a portaria vai incluir proibição de consumo de bebidas em geral no plenário, obrigatoriedade do uso de máscara para falar na tribuna e redução do quantitativo de servidores dos gabinetes pela metade. Os eventos serão permitidos apenas com 50% da capacidade de lotação.

Além disso, conforme apurou a reportagem, serão permitidos apenas três atendimentos por dia por gabinete, agendados com 24 horas de antecedência, para que sejam comunicados ao efetivo da Guarda Civil Metropolitana. A entrada na Casa só ocorrerá mediante nome em lista, com apresentação de RG e CPF.

O consumo de café e água será permitido apenas na copa, para diminuir os riscos de disseminação do coronavírus. Nada será servido em plenário. As informações foram confirmadas pela assessoria de imprensa da presidência da Câmara Municipal.

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Presidente da Câmara de Goiânia, Romário Policarpo, afirma em requerimento que salas de cinema estão fechadas há 452 dias na cidade
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Presidente da Câmara de Goiânia, Romário Policarpo (Patriota), e o prefeito Rogério Cruz (Republicanos)

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Presidente da Câmara de Goiânia, Romário Policarpo, afirma em requerimento que salas de cinema estão fechadas há 452 dias na cidade

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O Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT) da Câmara Municipal de Goiânia informa que a Casa tem 75 casos de coronavírus confirmados entre 1,1 mil servidores e 130 jovens aprendizes.

Medidas anteriores

A assessoria de imprensa da presidência da Casa informa que o Legislativo municipal já tomou antes uma série de medidas para conter a disseminação do coronavírus. No dia 18 de março do ano passado, por exemplo, a Mesa Diretora, com aval do plenário, aprovou quarentena de sete dias de todas as atividades legislativas como medida de prevenção.

Em 12 de março, suspendeu, por período indeterminado, a realização de sessões solenes, sessões especiais, audiências públicas e uso de auditórios e salas de reuniões para outros fins que não sejam específicos das atividades legislativas, por tempo indeterminado.

A Câmara de Goiânia informa que também firmou dois convênios com a prefeitura para a aquisição, com recursos do Legislativo, de materiais e exames para o enfrentamento da pandemia do novo coronavírus. A parceria, estabelecida diretamente com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), resultou na transferência de R$ 10 milhões em recursos do duodécimo para o Executivo.

Casos na capital e no Estado

De acordo com Informe Epidemiológico da SMS, Goiânia já registrou 106.902 casos confirmados, 246 mortes, 7.751 internações — 3.453 delas em UTI — e 103.443 recuperações.

O estado de Goiás atingiu, na tarde desta segunda-feira (15/2), 8 mil mortes por Covid-19. A atualização dos números foi feita no painel on-line, criado e atualizado em tempo real pela Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO).

Como resposta, o governo de Goiás aumentou, no mesmo dia, o número de leitos de UTI na rede estadual de saúde para tratar pacientes com Covid-19.

Apesar da abertura de mais 35 leitos pelo governo, o porcentual de ocupação persiste acima dos 90%. O índice, nesta terça-feira (16/2), está na casa dos 92%, como mostrou o Metrópoles.

Mortes de familiares de vereadores

Só na última semana, três familiares de dois parlamentares morreram devido a complicações da Covid-19. No sábado (13/2), o pai do vereador Lucas Kitão (PSL), Emival Bueno (foto em destaque), morreu no mesmo dia em que se comemoraria o aniversário dele.

Lucas Kitão foi o segundo vereador de Goiânia que perdeu um parente para a Covid-19 em menos de uma semana. O outro caso ocorreu na família do vereador Nataniel de Sena Soares, conhecido como Cabo Senna (Patriota).

A mãe e o irmão de Senna morreram no último dia 10, com uma diferença de menos de 4 horas de intervalo. Ambos, vítimas de complicações geradas pela Covid-19, estavam internados na UTI.

Em 13 de janeiro, o então prefeito licenciado de Goiânia, Maguito Vilela (MDB), morreu aos 71 anos. Ele estava internado desde o dia 22 de outubro do ano passado em tratamento contra a Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus.

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