Após morte de homem, policial militar ameaça moradores da Cidade de Deus
“Vão se machucar”, escreveu o agente no Facebook. A publicação foi apagada e, segundo a Polícia Militar do Rio, o funcionário vai depor
atualizado
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Um policial militar do 18º Batalhão de Polícia Militar (BPM) publicou, no Facebook, um texto em que ameaça os moradores da Cidade de Deus, no Rio de Janeiro. O post foi feito nessa segunda-feira (4/1), data em que Marcelo Guimarães, morador da região, foi morto a tiros.
Testemunhas acusam militares de 18º BPM de efetuarem os disparos contra Marcelo. Na publicação do Facebook, o policial nega que a PM seja responsável pelos tiros. “Querem colocar na nossa conta”, escreveu.
Além disso, o militar chamou os moradores de “protetores de bandidos” e disse que está com dois “caveirões” e 38 policiais “na base”. Depois, ameaçou a comunidade: “se ‘sair’ para fazer gracinha, vão se machucar”, escreveu.
Após a repercussão, a publicação foi apagada. Questionado pela reportagem, o 18º BPM informou que está ciente da publicação e que investigará o caso.
“O comando do 18º BPM (Jacarepaguá) já está ciente da postagem e convocou o policial para ser ouvido. Um procedimento apuratório interno foi aberto para avaliar a conduta do militar”, informou a corporação.
O crime
Marcelo foi morto a tiros no início da tarde dessa segunda-feira (4/1), na Cidade de Deus. Em nota, a Polícia Militar informou que “equipes do 18º BPM (Jacarepaguá) realizavam policiamento na Av. Edgard Werneck quando criminosos atiraram contra os policiais de dentro da Comunidade Cidade de Deus, gerando confronto. Um mototaxista foi atingido no local e não resistiu”.
No entanto, testemunhas afirmam que os militares estavam em um veículo blindado e atiraram em Marcelo, que entrava na Cidade de Deus. Moradores da região também defendem que, depois dos tiros, os policiais deixaram o local e não prestaram socorro à vítima.
Marcelo tinha 38 anos e deixa a esposa, Carla Roberta, e dois filhos de 19 e 5 anos de idade. Em uma rede social, a filha mais velha do homem, Vitória Guimarães, lamentou a morte do pai. “Te mataram, pai, na crueldade. Não estamos aguentando de tanta dor”, escreveu.