Após matar namorada e ferir a cunhada, jovem foi executado na Maré
Patrick de Assis foi retirado de casa por traficantes, após ferir as irmãs em baile funk na Maré. Evento teve mega estrutura e até brindes
atualizado
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Rio de Janeiro – Investigadores da Delegacia de Homicídios da Capital apuram o motivo da briga na qual Débora Adelino da Conceição, de 20 anos, se envolveu durante um baile clandestino no Complexo da Maré, na zona norte do Rio. Ela foi baleada na cabeça e morta pelo namorado, Patrick Jorge de Assis, de 19 anos.
A jovem estava acompanhada da irmã, Elizandra Adelino da Conceição, de 17 anos, e de mais três primos de Patrick, no evento que aconteceu neste domingo (5/9). De acordo com testemunhas ouvidas pela DHC, ao perceber a confusão envolvendo a namorada, Patrick, que estava armado, efetuou os disparos que atingiram Débora e Elizandra na cabeça.
Feridas, as irmãs foram socorridas por um motorista, que não teve o nome revelado pela polícia. Ele foi abordado por traficantes locais armados, que o obrigaram a socorrer as meninas, levadas, inicialmente, para a UPA do Complexo da Maré.
Débora já chegou morta à unidade de saúde. Já a irmã foi transferida em estado gravíssimo para o Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, onde segue internada no CTI. O carro da testemunha foi periciado para tentar identificar os criminosos que seguiram com ele durante o socorro.
Familiares são ouvidos pela polícia
Depois de matar a namorada e balear a cunhada, Patrick seguiu para sua residência, de onde foi retirado por traficantes e executado. Ele chegou a ser socorrido para a UPA da Maré por parentes. A mãe do jovem, os três primos que estavam com ele no baile, além de mais uma familiar que ajudou no socorro, também foram ouvidos pelos investigadores.
A polícia busca novas testemunhas para definir a motivação da briga que resultou nas duas mortes e na tentativa de feminicídio da adolescente. Os agentes esperam ouvir os organizadores do baile, chamado de Baile do Mickey.
O evento, que era clandestino, contou com show do cantor de rap Filipe Ret. O artista publicou vídeos em suas redes sociais mostrando as milhares de pessoas que se aglomeraram no espaço, na Vila do João.
O espaço contou com palco, esquema especial de som e luz, área vip e fogos de artifício, além de brindes, como copos personalizados com a marca do baile. A polícia estuda se vai convocar Ret para depor.
A Prefeitura do Rio foi questionada pelo Metrópoles sobre as providências que serão tomadas pelo descumprimento do decreto sanitário, que impede a realização de eventos desse porte. No entanto, ainda não respondeu.
Já a Polícia Militar informou apenas que “não houve ocorrência a cargo do 22ºBPM (Maré) envolvendo a situação relatada”. O enterro de Débora será realizado nesta terça-feira (7/9), no cemitério do Cacuia, na Ilha do Governador.