Após liberar festas, prefeito de Goiânia torna academias essenciais
Lei foi sancionada e publicada no Diário Oficial desta quarta-feira. Serviço torna-se essencial, mesmo em pandemia ou catástrofes naturais
atualizado
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Goiânia – O prefeito de Goiânia, Rogério Cruz (Republicanos), sancionou nesta terça-feira (18/5) a lei que torna as academias de ginástica serviços essenciais, mesmo durante a pandemia da Covid-19 ou em catástrofes naturais.
O projeto foi apresentado na Câmara Municipal pelo ex-vereador Denício Trindade (MDB) nos primeiros meses da pandemia, ainda na legislatura passada, quando Cruz também era vereador, e foi aprovado em segunda votação em abril deste ano.
O prefeito sanciona a proposta, exatamente, uma semana depois de flexibilizar o horário de funcionamento do comércio e autorizar eventos sociais, como casamentos e festas infantis, com até 150 pessoas. Foi liberado, ainda, o funcionamento do Parque Mutirama e do Zoológico.
A sanção foi publicada na edição do Diário Oficial do Município desta quarta-feira (19/5) e torna lei (nº 10.624 de 18 de maio de 2021) a essencialidade da prática de exercícios físicos em estabelecimentos prestadores de serviços dessa natureza, assim como em espaços públicos.
Em parágrafo único, é destacado que a prática deverá seguir as normas sanitárias expedidas pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
A partir de agora, no entanto, com a classificação de serviço essencial, as academias não entram, automaticamente, na categoria de serviços que devem fechar por completo nos momentos mais severos da pandemia, como ocorreu em decretos anteriores.
A classificação de serviço essencial coloca a prática de exercícios físicos no mesmo patamar de supermercados e demais estabelecimentos que trabalham com alimentação, por exemplo.
Justificativa
Na justificativa do projeto, o ex-vereador Denício Trindade discorreu sobre as vantagens e benefícios da prática de atividade física e relacionou os efeitos à pandemia da Covid-19.
“Fica claro que privar pessoas de atividades físicas pode ter efeitos nefastos em suas saúdes e em suas vidas, além de gerar um elevado ônus social e econômico com intervenções que serão posteriormente necessárias. Mesmo neste momento delicado, em que o risco de contaminação é iminente, o exercício é importante já que, se feito adequadamente, fortalece a imunidade e diminui o risco de adoecimento”, diz.
Ele argumenta, ainda, que as sessões de exercício físico funcionam como “doses de vacina que mantêm a imunidade fortalecida por uma janela de tempo”. Para o ex-vereador, o risco de contaminação pode ser controlado por meio de ações direcionadas, como distanciamento e higienização.
“Esses riscos controláveis são incomparavelmente inferiores ao risco de manter uma grande parte da população fisicamente inativa”, finaliza.
Números da pandemia
Goiânia já registrou, até essa terça-feira, 4.703 mortes por Covid-19, sendo 16 delas só nas últimas 24 horas. Além disso, apesar da redução de ocupação dos leitos hospitalares para tratar a doença e da fila de espera, o índice de contaminação segue elevado.
Ao todo, a capital já contabilizou 154.928 casos confirmados de Covid nesses mais de 12 meses da pandemia, sendo que 793 foram registrados no último período de 24 horas.
A ocupação de leitos da rede municipal de saúde, que chegou a ser de quase 100% durante o mês de março e início de abril, quando não só Goiânia, mas todo o estado viveu o pior momento da pandemia, estava, nessa terça, em 80,3% nas unidades de terapia intensiva (UTIs) e 67,6% nas enfermarias.
Até então, 13,3% da população de Goiânia já teve a imunização concluída com as duas doses da vacina. Isso equivale a um total de 201.690 pessoas, das quais 57.351 são trabalhadores da saúde, 1.271 são servidores da segurança pública e 143.068 são idosos.