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Após Haddad pedir cautela, Fazenda mantém projeção para o PIB em 2024

Área técnica do Ministério da Fazenda manteve a projeção para o crescimento do PIB de 2024 em 2,5% e reduziu a projeção para 2025

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Após o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pedir “cautela” nas novas estimativas, a Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda manteve a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro de 2024 em 2,5%.

Segundo a área técnica, os principais vetores de crescimento em 2024 seguem sendo “o vigor das vendas no varejo e a demanda crescente por serviços prestados às famílias”, que geram novos postos de trabalho, mais rendimentos e condições menos restritivas de crédito.

A secretaria ressaltou os impactos da calamidade no Rio Grande do Sul e defendeu que as consequências negativas das enchentes no estado sejam compensadas por medidas de suporte às famílias, empresas e aos governos estadual e municipais.

Para 2025, a Fazenda espera que o PIB fique em 2,60%, abaixo da previsão anterior (2,80%).

Os dados estão na edição de julho do Boletim Macrofiscal, divulgado nesta quinta-feira (18/7) junto com a versão atualizada do Panorama Macroeconômico, que traz as projeções de curto e médio prazo.

O número projetado para o PIB de 2024 segue um pouco acima daquele estimado pelo mercado financeiro. No último Relatório Focus, de segunda-feira (15/7), os analistas do mercado aumentaram a estimativa para a economia brasileira neste ano, de 2,10% para 2,11%, e mantiveram a de 2025 abaixo de 2%, mais precisamente em 1,97%.

O secretário da SPE, Guilherme Mello, disse “não ter nenhum problema” em revisar as projeções do PIB para cima ou para baixo, a depender dos dados que chegarem. “Temos que aguardar”, disse ele, lembrando que o número do governo sempre foi acima de 2% e iniciou o ano bastante distante das projeções do mercado, se aproximando ao longo dos meses. “Por que nós mudamos? Não, porque o próprio mercado corrigiu as suas estimativas”, explicou.

Impacto da calamidade no RS

De fins de abril até início de junho, chuvas intensas afetaram a atividade de mais de 70% dos municípios do Rio Grande do Sul, onde se encontram mais de 85% da população do estado.

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o RS respondeu por cerca de 6,5% do PIB brasileiro em 2021. A participação do estado foi inferior apenas à de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

Segundo os cálculos da SPE, as enchentes no estado gaúcho devem ter impacto negativo de cerca de 0,25 p.p. no PIB brasileiro em 2024. No entanto, esses efeitos tendem a ser compensados, ao menos em 2024, pelas medidas de suporte às empresas e pelas transferências diretas às famílias e aos governos estadual e municipais.

“Apesar de na atividade nacional o impacto líquido da calamidade ser próximo a zero devido aos esforços empreendidos pelo governo federal para auxílio à população afetada, a agropecuária e a indústria de transformação deverão ser setores mais afetados. Os impactos mais negativos da calamidade sobre a atividade deverão aparecer no PIB do segundo trimestre, sendo compensados nos trimestres seguintes”, escreveram os técnicos da pasta.

Inflação

A previsão para a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) neste ano avançou de 3,70%, no último relatório (de maio), para 3,90%, neste relatório. Essa estimativa já leva em consideração os impactos do câmbio mais depreciado e da calamidade no RS nos preços, além dos reajustes recentes anunciados para os preços da gasolina e GLP.

No último Focus, as previsões para a inflação caíram. O mercado projeta que o índice deve terminar o ano em 4%, ante 4,02% na semana passada. A previsão do IPCA havia subido por nove semanas seguidas. Agora, na décima projeção, o indicador apresentou queda.

Para 2025, a previsão de inflação foi revisada pelo governo para cima, de 3,20% para 3,30%, principalmente para incorporar a expectativa de maior cotação do dólar, mas a perspectiva de desinflação permanece, devendo ser observada tanto para preços livres como para monitorados.

O mercado, por sua vez, subiu pela décima primeira vez consecutiva a expectativa para o IPCA no ano que vem. Nesta semana, ficou em 3,90%, contra 3,88% na semana passada.

A meta de inflação tanto para 2024 quanto para 2025 é de 3% (centro), com um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual (p.p.), que permite uma oscilação de 1,5% a 4,5%.

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