Após fracasso em leilão, governo proíbe exportação de seringas e agulhas
Produtos são essenciais para vacinação contra a Covid-19, prevista para ser iniciada entre o fim de janeiro e o começo de fevereiro
atualizado
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O governo federal proibiu a exportação de seringas e agulhas para vacinação contra a Covid-19, doença causa pelo novo coronavírus. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Economia, a venda dos produtos para o exterior requer agora uma “licença especial”.
A regra surge dias após fracassar a primeira tentativa de comprar os materiais em um pregão eletrônico. No leilão, o Ministério da Saúde só conseguiu oferta para adquirir 7,9 milhões das 331 milhões de unidades que a pasta tem a intenção de comprar para vacinar a população.
No mercado, a prática é considerada uma forma de restringir a venda dos produtos. Entre os produtos afetados pela portaria estão seringas, mesmo com agulhas, de plástico, de 3 ml, por exemplo.
Essa não é a primeira vez que o governo toma esse tipo de medida para tentar represar produtos ou insumos. Em abril, o governo proibiu a exportação de ventiladores pulmonares, equipamentos de proteção individual (EPIs), como luvas e máscaras.
Em junho, um decreto do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) proibiu a exportação de produtos médicos, hospitalares e de higiene essenciais ao combate à pandemia de Covid-19. É neste rol que agulhas e seringas foram inclusas.
A mudança ocorre após um pedido do ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, ao ministro da Economia, Paulo Guedes. É mais uma tentativa de suprir a demanda pelo insumo ao longo da vacinação contra a Covid-19. Segundo o Ministério da Saúde, a pasta já disponibiliza de 190 milhões de agulhas e seringas.
Leilão fracassado
Um leilão do governo federal para compra desses produtos fracassou. De acordo com informações da Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos e Odontológicos (Abimo), os preços apresentados pelo governo para a compra de agulhas e seringas era muito baixo.
O Ministério da Saúde ofereceu R$ 0,13 por seringa quando as companhias pediam entre R$ 0,22 e R$ 0,48. A associação afirma que alertou o Ministério da Saúde desde julho sobre a necessidade de planejar a compra dos materiais para a vacinação. A previsão é que a imunização comece entre o fim de janeiro e início de fevereiro.