Após fim da trégua em Gaza, Lula se reúne com presidente de Israel
Lula teve agenda bilateral com o líder israelense às margens da COP28, em Dubai. Segundo Planalto, eles discutiram a questão dos reféns
atualizado
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Enviada especial a Dubai* – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu com o presidente de Israel, Isaac Herzog, nesta sexta-feira (1º/12), horas após o fim do período de cessar-fogo entre o governo israelense e o grupo fundamentalista Hamas.
Os dois chefes de Estado estão em Dubai, nos Emirados Árabes, para a Conferência das Nações Unidas para Mudança do Clima (COP28). Durante a agenda a portas fechadas, eles discutiram a crise humanitária causada pelo conflito e debateram a questão das centenas de reféns capturados pelo Hamas.
O cessar-fogo entre Israel e o grupo extremista acabou no sexto dia e, nesta sexta-feira, os bombardeios israelenses recomeçaram na Faixa de Gaza. De acordo com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, o Hamas não concordou em libertar mais reféns, como o combinado. Assim, infringiu os termos da trégua, e a guerra continuou.
Discurso de Lula na COP28
Mais cedo, durante discurso a líderes globais na COP28, Lula condenou a guerra e os investimentos em armamento que, segundo ele, deveriam ser direcionados para combate à fome e desigualdades.
“Quantas toneladas de carbono são emitidas pelos mísseis que cruzam o céu e desabam sobre civis inocentes, sobretudo criança e mulheres famintas?”, questionou.
Além de Herzog, Lula tem uma série de agendas bilaterais marcadas para esta sexta-feira (1º/12), às margens da conferência do clima.
O petista deve se reunir com o presidente da Guiana, Mohamed Irfaan Ali, e os primeiros-ministros do Reino Unido, Rishi Sunak, e da Espanha, Pedro Sanchez, além do secretário-geral da ONU, António Guterres e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
Retorno dos bombardeios
Cerca de 30 minutos após o fim do cessar-fogo, às 7h30 do horário local (2h30, horário de Brasília), Israel iniciou um ataque aéreo no sul de Gaza, em locais como a comunidade de Abassan, a leste da cidade de Khan Younis. Uma casa a noroeste da Cidade de Gaza também foi atingida.
De acordo com o gabinete de Netanyahu, o governo retomou os bombardeios no enclave palestino porque Hamas não libertou todas as mulheres que eram reféns e ainda lançou foguetes contra Israel.
“Com o recomeço dos combates, enfatizamos que o governo israelense está empenhado em alcançar os objetivos da guerra: libertar os nossos reféns, eliminar o Hamas e garantir que Gaza nunca representará uma ameaça para os residentes de Israel”, postou o gabinete do primeiro-ministro.
Já o Hamas diz que Israel não aceitou proposta para libertar mais prisioneiros e os cadáveres de uma família israelense morta em ataques aéreos do país.
Em comunicado, o grupo afirmou que os israelenses recusaram “todas estas ofertas porque tinham [tomado] decisão prévia de retomar a sua agressão criminosa contra a Faixa de Gaza”.