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Após fim da Avianca, preço de passagens aéreas sobe mais de 22%

Concorrentes dizem que aumento se deve a diversos fatores, como maior procura e menor oferta de passagens, além da instabilidade do dólar

atualizado

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Avianca
1 de 1 Avianca - Foto: Michael Melo/Metrópoles

O preço das passagens aéreas disparou após a Avianca cancelar a operação de voos domésticos no Brasil. Análise do (M)Dados, unidade de jornalismo de dados do Metrópoles, mostra que os valores dos bilhetes aéreos aumentaram 22,39% na comparação entre o primeiro período do ano, quando a companhia aérea colombiana ainda vendia bilhetes, e os meses de abril e maio, período em que a empresa saiu do mercado.

A análise foi feita a partir dos microdados mais recentes da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac),  que “abrangem todas as passagens vendidas ao público adulto em geral, excluindo aquelas adquiridas com descontos restritos a grupos específicos, programas de milhagem, entre outras condições”. De acordo com a Anac, essas passagens correspondem a aproximadamente 50% do movimento de passageiros pagos.

No primeiro trimestre de 2019, o preço médio das passagens das quatro principais companhias aéreas brasileiras – Avianca, Azul, Gol e Latam – era de R$ 368,20. Já em abril e maio, o preço médio subiu para R$ 450,64.

A maior alta aconteceu nas passagens da Azul, que sofreram um reajusto médio de 87,27%. Já os bilhetes vendidos pela Gol saltaram 79,95% na mesma comparação. A Latam, por sua vez, reajustou os valores em 77,36%.

Segundo a Anac, “a saída da Avianca Brasil do mercado é um dos fatores para o aumento das tarifas, pois o mercado precisa recompor a oferta de voos à demanda”. A agência alertou, contudo, que esse pode não ser o único fator. “A precificação das passagens aéreas é um processo complexo e dinâmico, intimamente relacionado à demanda, à oferta e à concorrência do setor.”

Em resposta ao Metrópoles, as empresas aéreas deram razões diferentes para a alta nos preços. A Latam reconheceu o impacto do fim da Avianca nos valores cobrados. “O aumento de preço acontece naturalmente quando há redução de oferta e aumento da demanda, principalmente considerando o cenário da crise da Avianca Brasil, onde muitas aeronaves deixaram de operar voos já programados, enquanto a demanda brasileira por transporte aéreo permaneceu inalterada”, apontou.

A assessoria da Gol, no entanto, afirmou que o impacto aconteceu a curto prazo. “Os ajustes do mercado já no terceiro trimestre deste 2019 fizeram com que a oferta começasse a voltar à normalidade e as tarifas [começassem] a cair”, defendeu, em nota.

Já a Azul afirmou que os preços cobrados pela empresa variam de acordo com uma série de fatores, como a sazonalidade e a compra antecipada. “Além disso, a companhia ressalta que a alta do dólar e do combustível também são elementos que influenciam os valores das passagens”, acrescentou. No período, o dólar subiu 6,9%.

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