Após falas de Musk, Jair Bolsonaro diz ter “apoio de fora do Brasil”
Declaração do ex-presidente aconteceu na noite deste domingo (7/4), durante live. Segundo ele, liberdade de expressão deve ser garantida
atualizado
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Após o embate entre o dono do X (antigo Twitter), Elon Musk, e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, o ex-presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), afirmou ter “apoio de fora do Brasil”. Durante live na noite deste domingo (7/4), o ex-chefe do Executivo disse que tomará providências para que a liberdade de expressão seja garantida no país.
“Além de me inteirar, obviamente, ver o que nós podemos fazer via Partido Liberal para que realmente a nossa liberdade de expressão seja garantida. E nós temos agora um apoio de fora do Brasil muito forte. Esse assunto parece que está palpitando fora do Brasil, para que é a salvação nossa, né? Porque a nossa democracia está ameaçada, todo mundo sabe disso aí”, disse Bolsonaro.
“Temos agora um apoio de fora do Brasil muito forte”, diz Bolsonaro sobre embate entre Elon Musk e Alexandre de Moraes.
Em live neste domingo (7), ex-presidente disse que vai avaliar medidas junto ao Partido Liberal para “liberdade de expressão seja garantida” pic.twitter.com/eAEdSmCyei
— Metrópoles (@Metropoles) April 7, 2024
Na transmissão, o ex-presidente estava acompanhado dos filhos, Eduardo e Carlos Bolsonaro. De acordo com Bolsonaro, ele espera que o país volte a normalidade. “A gente quer voltar à normalidade, a gente quer paz, quer tranquilidade. Mas as pessoas que estão se excedendo – e não é de agora. Tem que realmente ter uma maneira para que elas voltem à normalidade, para que a gente possa sonhar com um Brasil democrático, próspero e com aquilo tão bacana que é a nossa liberdade”, disse ele.
Os comentários acontecem após manifestações de Elon Musk, via X, em que o empresário fez duras críticas ao ministro. Em suas manifestações, o bilionário chegou a dizer que o ministro “deveria renunciar ou sofrer um impeachment” e ainda que “traiu a Constituição e o povo brasileiro”.
Medidas contra o Twitter e o X
Neste sábado (6/4), Musk respondeu um tweet de Moraes feito em janeiro e deu início a um debate, que gerou grande repercussão durante o fim de semana. Em inglês, o empresário questionou o que ele chamou de “censura”. “Why are you demanding so much censorship in Brasil?”. “Por que você está exigindo tanta censura no Brasil?”, em tradução livre.
Horas depois, em nova publicação nas redes sociais, Musk desafiou o ministro. Segundo o empresário, a rede social está “revertendo todas as restrições” aplicadas, mesmo que isso custe a operação do X no país.
De acordo com Musk, existe a possibilidade de fechamento do escritório da rede social no Brasil.
“Estamos revertendo todas as restrições. Este juiz aplicou multas pesadas, ameaçou prender nossos funcionários e cortou o acesso ao 𝕏 no Brasil. Como resultado, provavelmente perderemos todas as receitas no Brasil e teremos que fechar nosso escritório lá. Mas os princípios são mais importantes do que o lucro”, disse ele na publicação.
Segundo o empresário, o Brasil vive “censura agressiva que aparentemente viola a lei e vontade do povo brasileiro”. Na publicação, ele compartilhou informações divulgadas pelo jornalista Michael Shellenberger.
Desde 2020, Moraes mirou perfis no antigo Twitter e em outras redes por ameaça, apologia ao golpe de estado e disseminação de notícias falsas.
Entre os alvos dos bloqueios, estão blogueiros, empresários e políticos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Disseminação de fake news
Musk adquiriu o X em 2022 e, desde então, tem enfrentado polêmicas. Ele se descreve como um “absolutista da liberdade de expressão”. A plataforma reduziu as equipes de moderação de conteúdo, e usuários e especialistas apontam o crescimento do discurso de ódio e da desinformação.
No ano passado, o bilionário se pronunciou sobre o PL das Fake News. Na ocasião, a Câmara dos Deputados ignorou a pressão das big techs e aprovou a urgência do projeto de lei que regulamenta as redes sociais e impõe sanções a plataformas que não retirarem do ar, até 24 horas após decisão judicial, conteúdos ilícitos.