Após falar em “vírus”, Saúde admite que “houve tentativa de ataque hacker”
Laudo ainda não saiu, mas secretário-executivo garantiu que o ministério foi atacado, o que dificultou atualização de números do coronavírus
atualizado
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O secretário-executivo do Ministério da Saúde, Elcio Franco, admitiu nesta sexta-feira (13/11) que “houve tentativa de ataque cibernético” aos sistemas de informática da pasta. Na semana passada, após servidores reclamarem da dificuldade no acesso às redes, o órgão informou que “um vírus” tinha causado as intercorrências.
“Há indícios de que a pasta também foi alvo de tentativas de ataques cibernéticos, embora não haja um laudo conclusivo. O ministério não divulgou nada anteriormente para preservar provas e garantir a segurança de dados”, disse Franco.
O ataque cibernético fez com que o ministério não conseguisse divulgar o boletim epidemiológico da Covid-19 – documento que contém todos os dados referentes aos casos de coronavírus no país –, o que dificultou o acesso da população às informações.
“Esclarecemos que a dificuldade de acesso às redes se deu em razão do bloqueio da base de dados, que foi realizada para preservar o ministério. Nesse período, seguimos enviando os dados diários da Covid-19 à imprensa. Por esse motivo, também não foi divulgado o boletim epidemiológico semanal”, explicou Franco.
Segundo o secretário, houve indisponibilidade de servidores de e-mails e de internet no ministério. Contudo, ele garantiu que os sistemas foram restabelecidos e os dados foram preservados. “Cabe retificar que todas as medidas necessárias para preservar a identidade de sistemas e de servidores foram tomadas. Não houve sequestro ou vazamento de informações”, falou.
Durante o pronunciamento, Franco ainda informou que golpes estão sendo realizados em nome do Ministério da Saúde e recomendou atenção à população. “O MS não está realizando nenhuma pesquisa, tampouco solicita dados via telefone pelo SUS”, disse.
Acesso negado
Na quinta-feira (5/11), pela manhã, ao chegarem, os servidores não tinham acesso aos programas instalados nos computadores. Não era possível acessar nem um pen drive, assim como eles não conseguiam pegar arquivos para trabalhar de casa. “É como se tivessem criptografado todos os nossos arquivos”, afirmou um funcionário, que pediu para não ser identificado.
Por segurança, aqueles que conseguiram trabalhar nos computadores ou se conectaram ao Wifi na rede do Ministério da Saúde foram orientados a desligar os equipamentos.
Outros órgãos
Os ataques cibernéticos não se limitaram ao Ministério da Saúde. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) também foi alvo da atuação de hackers. A Polícia Federal abiu um inquérito para investigar o caso. O sistema da Corte, no entanto, já foi restaurado e está operante.
Além do STJ, órgãos do Governo do Distrito Federal (GDF) também foram atingidos por ataques hackers. Medidas de prevenção tiveram que ser tomadas para evitar nova possível investida.