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Após engasgar com carne e ter parada cardíaca, jovem luta por recuperação

Sthefany Vitória, de 13 anos, ficou 60 dias internada na UTI após o incidente. Agora, ela se recupera e faz planos para o futuro

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goias garota engasgo com carne
1 de 1 goias garota engasgo com carne - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

Goiânia – O que poderia ser um acontecimento trivial acabou se configurando em um pesadelo no almoço em família do dia 22 de abril deste ano. Sthefany Vitória Ribeiro, de 13 anos, engasgou com um pedaço de carne, perdeu a respiração e, na sequência, sofreu parada cardiorrespiratória por 20 minutos.

Os médicos conseguiram reverter a situação no hospital de Senador Canedo, cidade de Goiás onde ocorria a reunião familiar. Logo depois, foi transferida para Goiânia e permaneceu por 60 dias na UTI.

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Leitora voraz, Sthefany tem preferência por mangás
Ela e o pai se mudaram para a capital goiana para facilitar as terapias da recuperação
Muito antenada, Sthefany se interessa por temas como feminismo e filosofia
Sthefany com o pai, Geraldo Pedro
Sthefany exibe as unhas que parou de roer durante a internação
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A adolescente com a companheira, a cachorrinha Charlote

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Leitora voraz, Sthefany tem preferência por mangás

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Ela e o pai se mudaram para a capital goiana para facilitar as terapias da recuperação

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Muito antenada, Sthefany se interessa por temas como feminismo e filosofia

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Sthefany com o pai, Geraldo Pedro

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Sthefany exibe as unhas que parou de roer durante a internação

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A jovem, de 13 anos, se recupera das complicações de um engasgo que sofreu em abril deste ano

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Agora, ela se dedica ao tratamento para recuperar movimentos, nas pernas, braços, visão e fala afetados pelo acidente.

Sthefany e o pai, Geraldo Pedro, de 32 anos, se mudaram para o setor Vila Nova, em Goiânia, próximo ao Centro de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo, para facilitar a rotina de tratamento.

Fisioterapia, hidroterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, visual e a mais recente, equoterapia, preenchem a agenda da garota, que se mostrou uma paciente determinada.

“Estou indo, mas é muita dor e muito esforço”, conta Sthefany ao Metrópoles.

A jovem diz que se sentiu feliz ao constatar que se tornou um exemplo para muitas pessoas. “Recebi várias mensagens sobre a minha história de vida e superação. Sempre quis ajudar as pessoas, então quero falar sobre isso”, diz ela.

Segundo Sthefany, os exercícios são cansativos, mas já consegue perceber, e comemorar, os avanços.

Ainda dependente da cadeira de rodas, ela já consegue realizar algumas atividades sozinha, como pentear o cabelo e ficar em pé, se tiver apoio. “Ela é muito forte, muito guerreira. Tenho muito orgulho dela”, diz o pai, Geraldo Pedro.

Planos para o futuro

Sthefany é feminista, politizada, amante de jazz e do grupo de K-pop BTS, leitora voraz, fã de animes e livros japoneses, apaixonada por cachorros e interessada por temas como filosofia.

Ainda em dúvida sobre a profissão a seguir, a garota cita medicina e também cogita a badalada carreira de influenciadora digital. Pensa em falar sobre política ou, quem sabe, sobre suas experiências de vida.

“Na vida da Sthefany aconteceram vários milagres. A primeira unidade de saúde em que ela foi atendida fica nas proximidades da casa em que estávamos, então conseguimos chegar rápido”, lembra o pai.

Corrida contra o tempo

O tempo foi decisivo para a sobrevivência. Segundo Geraldo Pedro, ela ficou por cerca de cinco minutos engasgada e outros 20 minutos em parada cardiorrespiratória, até ter os batimentos restaurados pela equipe médica do hospital.

“A Sthefany chegou morta no hospital, mas os médicos conseguiram reanimá-la. O caso é tão importante por causa disso também, a expectativa de sobrevivência dela já era difícil, poderia ter ficado em estado vegetativo”, pondera o pai.

A jovem foi intubada de imediato. Geraldo conta que os médicos decidiram aguardar as primeiras 48 horas após o incidente para que o cérebro pudesse descansar.

“Ela ficou em estado muito crítico, gravíssimo, os médicos chegaram a me falar que não tinha mais o que ser feito e que eu poderia me despedir da minha filha. Mas eu não quis, eu tinha certeza que ela ia ficar bem”, conta Geraldo.

Sem oxigenação

“O cérebro ficou muito tempo sem oxigenação, então foi necessária essa espera, para que a equipe médica começasse a retirar os sedativos. Mas o período foi se estendendo, porque ela não apresentava reações. Foram várias tentativas de retirar os remédios sem sucesso”.

De acordo com o pai da jovem, a dificuldade desse processo se deu pelo fato de que a adolescente tomava remédios antidepressivos antes do engasgo, o que agravou o quadro com crises convulsivas.

Em uma delas, a adolescente perdeu a ponta da língua e precisou passar por cirurgia. Bem-humorada, Sthefany conta que o episódio lhe rendeu uma particularidade, “a minha língua agora tem formato de coraçãozinho”.

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