Após eleito, Lula deixou de visitar MG, SC e outros seis estados
Presidente Lula cumpriu agendas em 18 estados e no Distrito Federal. No entanto, não prestigiou MG, que teve relevância na vitória petista
atualizado
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) visitou 18 estados brasileiros e o Distrito Federal, onde trabalha, durante o primeiro ano do novo mandato presidencial. Dessa forma, o chefe do Executivo postergou idas a oito estados, incluindo Minas Gerais.
O estado mineiro teve relevância na vitória do petista nas eleições de 2022 e manteve a tradição de refletir a preferência nacional, apesar da pequena margem a favor de Lula (50,2% contra 49,8% a favor de Jair Bolsonaro). Minas Gerais é o segundo maior colegiado eleitoral do Brasil, com 16 milhões de pessoas aptas a votar, atrás só de São Paulo, com 34,6 milhões de eleitores.
Além de conciliação de agenda, outra possível dificuldade do presidente em prestigiar o estado mineiro é o fato de o território ser governado pelo bolsonarista Romeu Zema (Novo), que reforçou o apoio a Bolsonaro na campanha de 2022. Zema é cotado para concorrer à Presidência em 2026, ano em que o político do PL ainda estará inelegível.
Em um episódio do Conversa com o Presidente, no fim de agosto, o petista indicou planejar uma viagem nas semanas seguintes a Minas Gerais, mas nunca fixou a agenda. Havia perspectiva, novamente, da visita do chefe do Executivo ao estado em setembro, porém isso também não se concretizou.
Minas Gerais é um dos oito estados sem visitas oficiais de Lula em 2023. Os demais são: Acre, Alagoas, Goiás, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Santa Catarina e Tocantins.
Em alguns locais, como Goiás e Mato Grosso do Sul, as visitas do presidente chegaram a ser marcadas, mas acabaram canceladas. Em Santa Catarina, reduto bolsonarista, nenhum compromisso foi publicamente firmado, mas há expectativa da presença de Lula para a assinatura de uma concessão temporária relativa ao Porto de Itajaí em janeiro.
O chefe do Executivo deverá prestigiar, em 2024, os estados onde ainda não esteve neste terceiro mandato e já antecipou, em novembro, a intenção de viajar mais pelo Brasil no ano seguinte.
Os próximos meses também serão marcados por articulações e campanhas para as eleições municipais, então o presidente desejará reforçar laços com aliados e políticos de outros partidos, como anunciou.
Pelo Brasil
Além de tratar das relações para as eleições municipais, Lula cumprirá agendas pelo país a fim de fiscalizar obras em andamento, especialmente as financiadas pelo Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), criado pelo governo dele. A infraestrutura será pauta prioritária, assim como transporte e energia, com preferência para a renovável.
O presidente adiantou que estará atento em 2024 a como cada ministério utilizará sua verba. Em reunião ministerial, realizada em novembro, Lula cobrou os titulares a serem os “melhores gastadores de dinheiro em obras de interesse do povo brasileiro”.
Agendas internacionais
Lula sofreu críticas, este ano, pelo esforço empregado a agendas internacionais. O petista, em diversos discursos, justificou a programação pela necessidade de “reconstruir” a imagem do Brasil no exterior, após a gestão de Bolsonaro.
Segundo levantamento do Metrópoles, baseado na agenda presidencial, Lula realizou 15 viagens para 24 países, em 2023. Foram cerca de 150 encontros bilaterais e telefonemas com chefes de Estado, do governo e outros líderes.
Nos próximos 12 meses, o presidente deverá receber alguns encontros da agenda exterior em solo brasileiro. Como antecipou o colunista Paulo Cappelli, do Metrópoles, Lula receberá em janeiro o primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, e o presidente da França, Emmanuel Macron, em março.
No entanto, isso não significa que o chefe do Executivo abandonará as viagens internacionais. Em fevereiro, Lula embarcará para a Etiópia e participará da Cúpula Africana, conforme apuração de Guilherme Amado, também do Metrópoles.