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Após delação de Youssef, PF cumpre mandados de busca e apreensão

Agentes vasculham empresas em cidades de São Paulo e Minas Gerais. A organização criminosa lavava dinheiro com serviços de limpeza simulados

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Um pedido de demissão coletiva uniu sete integrantes da força-tarefa da Lava Jato em São Paulo.
1 de 1 Um pedido de demissão coletiva uniu sete integrantes da força-tarefa da Lava Jato em São Paulo. - Foto: Divulgação/AGÊNCIA BRASIL

A Polícia Federal (PF) e a Receita deflagraram, nesta quinta-feira (1º/3), a Operação Descarte contra um esquema de lavagem de dinheiro que era feito mediante o controle de uma rede formada por grandes empresas de fachada na área de serviços de limpeza, tendo como proprietários pessoas interpostas, os chamados “laranjas”. A ação é um desdobramento da Lava Jato, a partir de informações do doleiro Alberto Youssef.

Agentes cumprem 15 mandados de busca e apreensão em residências e empresas, nas cidades de São Paulo (9), Santos/SP (1), Paulínia/SP (1), Belo Horizonte (2) e Lamin/MG (2).

Em nota, a PF informou que “em regra, as empresas participantes do esquema simulavam a venda de mercadorias ao cliente do ‘serviço’ de lavagem, que então pagava por produtos inexistentes via transferências bancárias ou boletos (para dar aparência de legalidade à aquisição)”.

“As quantias recebidas eram transferidas para diversas outras empresas de fachada, que remetiam os valores para o exterior ou faziam transferências para pessoas ligadas ao cliente inicial”, afirma a PF.

A investigação revelou, ainda, que empresa concessionária de serviços públicos de limpeza no município de São Paulo, a maior cliente identificada, se valeu dos serviços ilícitos dessa rede profissionalizada de lavagem de dinheiro, tendo simulado a aquisição de detergentes, sacos de lixo, uniformes etc, entre os anos de 2012 e 2017.

“Assim, foram repassados mais de R$ 120 milhões para terceiros ainda não identificados. Uma das células do esquema criminoso remeteu ilegalmente parte dos valores para o exterior, em favor de funcionário público argentino e em conluio com operadores financeiros que vieram a ser presos posteriormente no âmbito da Operação Lava Jato”, afirma a PF.

Além disso, o grupo adquiriu vários veículos de alto luxo, como Ferrari, Maserati e BMW, todos registrados em nome de “laranjas”.

Nesta quinta (1º/3), com os mandados judiciais, busca-se a corroboração das provas dos crimes descobertos até o momento: lavagem de dinheiro, evasão de divisas, sonegação tributária e associação criminosa, bem como o aprofundamento das investigações para a coleta de indícios de autoria em relação aos crimes de corrupção ativa e passiva.

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