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Após críticas, aliados defendem fala de Lula sobre Israel: “Corajosa”

Presidente Lula comparou os ataques realizados por Israel contra a Faixa de Gaza ao extermínio de judeus durante a Segunda Guerra Mundial

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Ricardo Stuckert
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1 de 1 Foto colorida do presidente Lula - Metrópoles - Foto: Ricardo Stuckert

Alguns dos aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) têm defendido a declaração do petista que comparou os ataques de Israel contra a Faixa de Gaza à morte de milhões de judeus durante a Segunda Guerra Mundial. A fala gerou reações e críticas da comunidade judaíca e do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

“O que está acontecendo na Faixa de Gaza e com o povo palestino não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu: quando o Hitler resolveu matar os judeus”, afirmou o presidente.

A fala do petista ocorreu após ele ser questionado sobre a decisão de alguns países de suspender o financiamento da agência da Organização das Nações Unidas (ONU) que presta auxílio aos refugiados palestinos, a UNRWA.

Israel acusa funcionários da UNRWA de envolvimento em ações terroristas do grupo extremista Hamas, o que motivou a suspensão dos repasses.

O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira (PT-SP), prestou apoio ao presidente Lula e chamou de “cruel” as ações realizadas pelas forças israelenses contra os civis em Gaza.

“Todo meu apoio às preocupações do presidente Lula em relação ao conflito que vem cruelmente atingindo civis na Faixa de Gaza, vítimas do governo de extrema direita de Israel”, escreveu o ministro na rede social X, antigo Twitter.

A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara (PSol-SP), lembrou a morte de mais de 20 mil palestinos após ataques de Israel e afirmou que a fala do petista é “necessária” diante ao avanço do conflito.

“A fala do presidente Lula sobre o que está acontecendo em Gaza é quente e necessário. Já são mais de 20 mil mortos palestinos através de ataques promovidos por Israel. Que esse posicionamento incentiva outros países a condenarem a desumanidade que vendemos dia após dia”, disse a ministra dos Povos Indígenas.

A deputada federal Erika Kokay (PT-DF) chamou de “corajosa” a declaração do presidente. “Presidente Lula fez uma fala necessária e corajosa. Atitude que deveria ser tomada por todos aqueles que se indignam com o genocídio que está em curso na Faixa de Gaza”, escreveu a parlamentar na rede X.

João Pedro Stédile, dirigente do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), classificou como “genocídio” os ataques realizados por Israel contra a Faixa de Gaza.

“Saúdo a coragem de nosso presidente Lula que comparou o que os sionistas estão fazendo agora em Gaza com o nazismo. Um genocídio injustificável desse governo direitista de Israel e que envergonha o povo judeu no mundo”, destacou Stédile.

O governo de Israel anunciou que irá repreender o embaixador do Brasil em Tel Aviv após as declarações de Lula sobre a Faixa de Gaza.

“As palavras do presidente do Brasil são vergonhosas e graves. Ninguém prejudicará o direito de Israel se defender”, disse o ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz.

O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) defendeu a fala de Lula e disse que o governo de Israel merece uma “reprimida”, pois o direito de autodefesa não é uma carta branca para a morte de civis.

“Quem merece muito mais que uma ‘reprimenda’ é o governo de extrema-direita de Israel, que está em julgamento na Corte Internacional de Justiça por crimes de genocídio. O direito à autodefesa não é uma carta-branca para que se cometam atrocidades contra civis indefesos”, defendeu Lindbergh.

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ONU teme que situação em Gaza “mergulhe no profundo abismo” no Ramadã
Uma mulher caminha pelos escombros de prédios em Gaza
Vista da destruição no campo de refugiados de Nuseirat, na cidade de Gaza
Operação de Israel em território da Faixa de Gaza
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Em 7 de outubro, o grupo Hamas lançou um ataque-surpresa contra Israel a partir de Gaza, por terra, mar e ar, matando mais de 1.300 pessoas e ferindo cerca de 2.800

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ONU teme que situação em Gaza “mergulhe no profundo abismo” no Ramadã

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Uma mulher caminha pelos escombros de prédios em Gaza

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Vista da destruição no campo de refugiados de Nuseirat, na cidade de Gaza

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Operação de Israel em território da Faixa de Gaza

Netanyahu reage contra Lula

A fala de Lula não foi bem vista tanto entre a comunidade judaica quanto entre as autoridades israelenses. Em resposta às declarações do presidente do Brasil, Netanyahu afirmou que o petista “banalizou” o Holocausto e tentou “prejudicar o povo judeu” e o “direito de Israel de se defender”.

“Trata-se de banalizar o Holocausto e de tentar prejudicar o povo judeu e o direito de Israel se defender”, escreveu o primeiro-ministro israelense no X (antigo Twitter).

O premiê ainda informou que solicitou que o ministro das Relações Exteriores do país, Israel Katz, convocasse “imediatamente” o embaixador brasileiro em Tel Aviv, Frederico Meyer, “para uma dura conversa de repreensão”.

Também por meio do X, Katz afirmou que as palavras de Lula são “vergonhosas e graves”. “Ninguém prejudicará o direito de Israel se defender. Ordenei ao pessoal do meu gabinete que convoque o embaixador brasileiro para uma chamada de repreensão amanhã”, finalizou o chanceler israelense.

A Confederação Israelita do Brasil (Conib) divulgou nota de repúdio contra as falas do chefe do Executivo. No pronunciamento oficial, a entidade afirma que o governo vem “adotando uma postura extrema e desequilibrada em relação ao trágico conflito no Oriente Médio, abandonando a tradição de equilíbrio e busca de diálogo da política externa brasileira”.

“Os nazistas exterminaram seis milhões de judeus indefesos na Europa somente por serem judeus. Já Israel está se defendendo de um grupo terrorista que invadiu o país, matou mais de mil pessoas, promoveu estupros em massa, queimou pessoas vivas e defende em sua Carta de Fundação a eliminação do Estado Judeu”, diz a nota.

Conflito na Faixa de Gaza

As tensões entre Israel e a Faixa de Gaza se intensificaram depois que membros do Hamas invadiram o território israelense e mataram milhares de pessoas e fizeram outras centenas de reféns, em outubro de 2023.

Depois da ofensiva do Hamas, as forças de Israel deram início a ataques terrestres e aéreos contra a Faixa de Gaza. Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, 28 mil pessoas morreram na região após o aumento do conflito.

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