Após cobrança, Bolsonaro diz que “não tem o que conversar” com Ucrânia
Pressionado a dialogar com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenky, Jair Bolsonaro rebateu pedidos
atualizado
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![Bolsonaro, presidente do Brasil entre os anos 20018 e 2022. Ele usa terno e gravata e camiseta clara- Metrópoles](/_next/image?url=https%3A%2F%2Ffly.metroimg.com%2Fupload%2Fq_85%2Cw_700%2Fhttps%3A%2F%2Fuploads.metroimg.com%2Fwp-content%2Fuploads%2F2022%2F02%2F26112245%2Ffoto-Bolsonaro-presidente-do-brasil-2018-a-2022-3.jpg&w=1200&q=75)
Pressionado a dialogar com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenky, Jair Bolsonaro (PL) afirmou, nesta segunda-feira (28/2), que não tem o que conversar com o ucraniano. Dias antes do início do conflito no Leste Europeu, o presidente brasileiro realizou uma visita ao líder russo, Vladimir Putin, e disse ser solidário à Rússia.
“Alguns querem que eu converse com Zelensky, o presidente da Ucrânia. Eu, no momento, não tenho o que conversar com ele. Eu lamento, se depender de mim não teremos guerra no mundo”, disse Bolsonaro, em entrevista à Rádio Jovem Pan.
No domingo (27/2), o presidente brasileiro rechaçou qualquer sanção à Rússia e defendeu a posição de neutralidade. Bolsonaro também disse que Putin não estava fazendo um massacre na Ucrânia e defendeu o direito do líder russo em ocupar as regiões separatistas de Donbass, no leste ucraniano.
A declaração gerou reação do encarregado de negócios da Ucrânia no Brasil, Anatoliy Tkach, que afirmou que Bolsonaro estava “mal informado” e sugeriu que ele conversasse com o presidente ucraniano.
A Rússia e a Ucrânia vivem um embate por causa da possível adesão ucraniana à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), aliança militar liderada pelos Estados Unidos. Na prática, Moscou vê essa possível adesão como uma ameaça à sua segurança.
Diante disso, tropas russas, orientadas pelo presidente Vladimir Putin, iniciaram, na última quinta-feira (24/2), uma ampla operação militar para invadir a Ucrânia. Em pronunciamento, ele fez ameaças e disse que quem tentar interferir no conflito sofrerá consequências nunca vistas na história.
Hoje o conflito chega ao quinto dia. Ao menos 198 pessoas morreram nos confrontos, segundo o governo ucraniano. Outras 1.115 ficaram feridas. O governo ucraniano afirma que 100 mil soldados russos estão no país.
Russos sitiaram Kiev e tentam tomar o poder. Hospitais, orfanatos, prédios residenciais, além de escolas e creches, já foram alvos de bombardeios na Ucrânia. República Tcheca, Polônia, França, Estados Unidos, Holanda, Alemanha, Portugal e Bélgica anunciaram o envio de ajuda estrutural de armas e dinheiro para a Ucrânia, que resiste.