Após chacina que deixou 9 mortos em Recife, PMs são afastados
Nove pessoas morreram numa chacina em Recife, em setembro. Policiais militares são afastados por suspeita de interferirem em investigações
atualizado
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Uma quadrilha foi presa, na quinta-feira (14/12), suspeita de envolvimento na chacina que matou nove pessoas em Recife, Pernambuco. Agora, nesta sexta-feira (15/12), sete policiais militares também acabaram afastados por suposta interferência nas investigações.
O afastamento foi determinado pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE).
Por meio de nota à imprensa, o MPPE explicou que também requereu medidas cautelares de prisão, com afastamento das funções, em detrimento das “condutas que tiveram durante a perpetração dos crimes e pela posição funcional que ocupam”.
O afastamento ocorreu com base nas investigações criminais, por meio da Promotoria de Justiça Criminal de Camaragibe, do Controle Externo da Atividade Policial (CEAP) e do Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
De acordo com o portal G1, os policiais envolvidos não seriam os mesmos que foram detidos na quinta.
Veja a íntegra da nota do MPPE:
“Em decorrência do que foi apurado no procedimento de investigação criminal que tem como objeto os fatos ocorridos nas cidades de Camaragibe e Paudalho, entre os dias 14 e 15 de setembro de 2023, o Ministério Público de Pernambuco, por meio da Promotoria de Justiça Criminal de Camaragibe, do GACE – Controle Externo da Atividade Policial e do Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), requereu e teve deferidas judicialmente medidas cautelares diversas da prisão (afastamento de suas atuais funções públicas – art. 319, VI, do Código de Processo Penal) em relação a pessoas que, pelas condutas que tiveram durante a perpetração dos crimes e pela posição funcional que ocupam, podem influenciar na continuidade da investigação.
Ademais, o acompanhamento do inquérito policial instaurado pela Polícia Civil para elucidar os fatos reforçou a avaliação dos membros do Ministério Público de que é preciso assegurar condições jurídicas e de fato para que os próximos atos investigatórios se deem em ambiente isento de quaisquer interferências que comprometam sua eficácia.
Todas as medidas, além da necessária obediência aos padrões constitucionais e legais, se deram dentro do espírito colaborativo que deve nortear as relações institucionais.”
Relembre da chacina
Durante um confronto policial em Camaragibe, Recife, os policiais militares Rodolfo José da Silva, 38 anos, e Eduardo Roque Barbosa de Santana, 33 anos, morreram, após serem baleados na cabeça. Tudo ocorreu em 14 de setembro deste ano.
A polícia local realizou uma operação para capturar o possível autor do crime, identificado como Alex da Silva Barbosa, 33 anos. Mais um conflito aconteceu e, dessa vez, acabou com a morte do suspeito, o qual havia disparado contra três agentes.
Depois dessa morte, no dia 15, ocorreu o assassinato de mais três pessoas, identificadas como Agata Ayanne da Silva, 30; Amerson Juliano da Silva e Apuynã Lucas da Silva, ambos de 25 anos. Todos irmãos de Alex. Os autores transmitiram a morte das vítimas no Instagram.
Às 11h do mesmo dia, a polícia recebeu notícias das morte de Maria José, mãe de Alex, e de Maria Nathalia Campelo do Nascimento, 27, esposa dele. Ambas haviam sido encontradas num canavial em Paudalho.
Os autores transmitiram a morte das vítimas em uma rede social.