Após chacina em presídio, Governo de Goiás convoca 700 carcereiros
Eles devem se apresentar imediatamente para o curso de formação e estarão aptos ao trabalho em 15 dias
atualizado
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Depois da rebelião que deixou nove mortos e 14 feridos na Colônia Agroindustrial do Regime Semiaberto, no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia (GO), o Governo de Goiás publicou, nesta quarta-feira (3/1), no Diário Oficial do Estado, a homologação do edital e o chamamento de 1,6 mil vigilantes penitenciários temporários (VPT) do processo seletivo realizado em 2016.
Desses, 700 devem se apresentar imediatamente. Eles foram chamados a tomar posse e fazer o curso de formação profissional, que tem duração de 15 dias. Assim, a expectativa do governo local é que os novos trabalhadores comecem a trabalhar até o fim deste mês.
Este é considerado o primeiro ato do pacote de medidas emergenciais anunciado pelo governador Marconi Perillo (PSDB) após o motim. No momento da briga, apenas cinco servidores faziam a guarda dos 768 detentos. A recomendação do Ministério da Justiça é de que se tenha um agente para cada cinco presos. Na unidade havia um para cada 153.
Nesta manhã de quarta-feira (3/2), após determinação da ministra Cármen Lúcia, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o complexo foi vistoriado. A Secretaria de Segurança goiana informou que os representantes do Tribunal de Justiça de Goiás produzirão um relatório em até 15 dias e o enviarão para a presidente do STF.
Entenda a rebelião
Segundo a administração do presídio e familiares dos detentos, tudo começou no início da tarde de segunda-feira (1º/1), quando presos do regime semiaberto, que estavam na ala C, invadiram as alas A, B e D. O motivo da rebelião, de acordo com o governo do estado, é a já costumeira guerra entre grupos rivais. No entanto, parentes denunciaram que a falta d’água no complexo prisional culminou na revolta.
Também no primeiro dia do ano de 2018, o estado registrou inícios de rebeliões em outras duas cidades do estado: Santa Helena e Rio Verde. Durante entrevista, o superintendente executivo de Administração Penitenciária de Goiás, tenente-coronel Newton Castilho, afirmou que os três fatos não têm qualquer relação. “Não foi estabelecido nenhum tipo de ligação entre as rebeliões ocorridas neste início do ano”.
Castilho ainda admitiu o receio de que problemas desta natureza ocorram em outras unidades prisionais de Goiás, inclusive na Penitenciária Coronel Odenir Guimarães (POG). O local é o principal complexo do estado e para onde a maioria dos detentos de Aparecida de Goiânia foi levada.