Após ondas de calor, El Niño se aproxima do fim e frio começa a chegar
Fenômeno que está chegando ao fim, El Niño é caracterizado pelo aquecimento anormal e persistente da superfície do Oceano Pacífico
atualizado
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De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o El Niño, fenômeno caracterizado pelo aquecimento anormal e persistente da superfície do Oceano Pacífico, está chegando ao fim e próximo da condição neutra.
Conforme o órgão, desde o início de abril, foi registrado um resfriamento substancial das Temperaturas da Superfície do Mar (TSMs) que chegaram, nos últimos cinco dias, a valores próximos a 0,5ºC (graus Celsius) acima da média, na área de referência para definição do evento, denominada região de Niño 3.4.
Esse valor de temperatura é considerado o limite para o início da fase neutra do oceano. Ainda segundo o Inmet, antes disso, as TSMs já vinham em constante esfriamento no Pacífico Equatorial. Entre os meses de fevereiro e março de 2024, as temperaturas descaíram de 1,5ºC para 1,2ºC acima da média.
Atualmente, os modelos climáticos analisados pelo Instituto indicam que a condição de neutralidade deve seguir até meados de junho.
Efeitos do El Niño
O brasileiro sofreu com as consequências extremas do El Niño ao longo de todo o ano de 2023, como ondas de calor, seca extrema e inundações, que se estenderam para 2024.
O fenômeno teve início em junho do ano passado, e desde então o Brasil tem passado por extremos climáticos e registrado tragédias humanas e ambientais. Segundo a Defesa Civil do Amazonas, mais de 600 mil pessoas foram afetadas pela estiagem histórica.
No Rio Grande do Sul, 28 mil tiveram que deixar suas casas em razão das fortes chuvas ao longo do mês de novembro.
Os efeitos do El Niño são sentidos de formas diferentes por todo o território brasileiro. No Sul, ele provocou fortes tempestades e causou inundações. No Norte, uma seca extrema culminou na morte de milhares de animais, principalmente botos.
O Sudeste e o Centro-Oeste, por sua vez, sofreram com altas temperaturas e ondas de calor cada vez mais frequentes.
Transição para o La Niña
Simultaneamente ao que acontece com o fenômeno El Niño, em algumas áreas do Pacífico Equatorial, como a costa oeste da América do Sul, as temperaturas já se apresentam mais frias que o normal.
A persistência e a expansão dessas áreas mais frias em direção à parte central do oceano são condições favoráveis para formação do fenômeno La Niña, previsto para o segundo semestre do ano, conforme o Inmet.
O La Niña consiste na diminuição da temperatura da superfície das águas do Oceano Pacífico Tropical Central e Oriental. Conforme análise do Inmet, a probabilidade é de que no trimestre junho, julho e agosto, ou seja, meados do inverno, o Brasil já esteja sob os efeitos do fenômeno.
Ainda não se pode afirmar a intensidade do La Niña, mas geralmente os impactos causados pelo fenômeno são: chuva acima da média nas regiões Norte e Nordeste do Brasil.
Já na Região Sul e parte do Centro-Oeste e Sudeste, a chuva ocorre de forma irregular e aumentam os riscos de seca ou estiagem, principalmente durante a primavera e o verão.