Após buscas, Gayer ataca PF e Moraes: “Jagunços de um ditador”
Deputado federal foi alvo de busca e apreensão, na manhã desta sexta-feira (25), determinada pelo ministro Alexandre de Moraes
atualizado
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Goiânia – O deputado federal bolsonarista Gustavo Gayer (PL) foi alvo de uma operação da Polícia Federal na manhã desta sexta-feira (25/10). O parlamentar sofreu busca e apreensão em casa, na capital goiana, e teve o celular apreendido, além de HD e outros equipamentos.
Em vídeo publicado nas redes sociais, ele afirmou que a determinação partiu do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. “Eu falei para a PF que estava aqui. Não estou acreditando que essa corporação que a gente tanto admirou, que a gente tanto tentou proteger, hoje viraram jagunços de um ditador. Sinceramente, esse é o momento que a gente começa a perder a esperança, mesmo”, disse o deputado.
De acordo com a PF, o objetivo da operação que teve Gayer como alvo, além de assessores dele, é desarticular um esquema de associação criminosa voltada para desvio de recursos públicos (cota parlamentar) e falsificação de documentos para criação de Organização de Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip).
Busca e apreensão
No vídeo, Gayer alega não saber o motivo do cumprimento do mandado. Segundo ele, a ação é uma tentativa de prejudicar o candidato que ele apoia à Prefeitura de Goiânia, Fred Rodrigues (PL), denunciado nesta semana por falsidade ideológica, após registrar no TRE-GO e em seu plano de governo que é formado em direito, no entanto, não tem o diploma de ensino superior.
“Hoje, dia 25 de outubro, dois dias antes das eleições do segundo turno, eu acordo às 6h com a porta sendo esmurrada pela PF. Eu sofri busca e apreensão determinada pelo Alexandre de Moraes, um inquérito sigiloso. O que eu sei até agora é [que] o inquérito foi aberto no mês passado, em 24 de setembro, mas não dá para saber de nada. Sei que alguns assessores meus também receberam”, contou.
“Esse é o Brasil que a gente está vivendo agora, é surreal o que estamos vivendo. Onde isso vai parar? Vieram à minha casa, levaram meu celular, HD, essa democracia relativa está custando caro para o nosso país. Eu não sei o por quê estão sofrendo busca e apreensão, numa sexta-feira, dois dias antes das eleições, claramente tentando prejudicar o meu candidato Fred Rodrigues”, completou Gayer.
Conforme a PF, cerca de 60 policiais federais cumprem 19 mandados de busca e apreensão expedidos pelo Supremo Tribunal Federal, em Brasília (DF), Cidade Ocidental, Valparaíso de Goiás, Aparecida de Goiânia e na capital goiana.
Os delitos investigados são: associação criminosa, falsidade ideológica, falsificação de documento particular e peculato-desvio.
A operação recebeu o nome de Discalculia – transtorno de aprendizagem relacionado a números –, porque foi identificada falsificação na ata de assembleia da constituição da Oscip, consistente em data retroativa (ano de 2003). Porém, o quadro social à época seria formado por crianças de 1 a 9 anos.