Após Bolsonaro atacar vacina chinesa, Pazuello vira alvo de fritura na web
Ministro da Saúde está no centro de polêmica sobre a compra de imunizante que tem apoio do governador de São Paulo, João Doria
atualizado
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Prestigiado e elogiado no mês passado, quando foi efetivado no cargo após 4 meses de interinidade, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, inicia esta quarta-feira (21/10) sob pressão e sofrendo intensa fritura nas redes sociais.
O militar, terceiro titular da pasta nesta pandemia, virou alvo de bolsonaristas após anunciar nessa terça-feira (20/10) aos governadores que assinou protocolo de intenções para adquirir 46 milhões de doses da vacina chinesa Coronavac, testada no Brasil pelo Instituto Butantan.
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse, em resposta a comentários de apoiadores em sua conta no Facebook, que o governo federal não comprará a vacina do laboratório chinês Sinovac Biotech.
Bolsonaro prometeu que “tudo será esclarecido hoje” e garantiu que não comprará a vacina. Em resposta a um de seus seguidores, que acusou Eduardo Pazuello de traição, o chefe do Executivo disse que “qualquer coisa publicada, sem qualquer comprovação, vira traição”.
Nas redes, o ministro está sendo fritado por influentes perfis da direita alinhada ao guru Olavo de Carvalho. Esse grupo vem perdendo influência no poder na medida em que o governo adere ao pragmatismo com o Centrão, mas usa momentos como esse para reavivar a guerra cultural e ideológica.
Veja exemplos de postagens:
A tática já ajudou a derrubar alguns ministros, inclusive os antecessores de Pazuello na Saúde: Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich.
Com suspeita de Covid-19, Pazuello está despachando de casa nesta semana.