Casal lésbico denuncia homofobia por bar cancelar pedido após beijo
As duas mulheres estavam em um bar onde já eram conhecidas; o caso terminou com um boletim de ocorrência em uma delegacia local
atualizado
Compartilhar notícia
São Paulo – Um casal de mulheres denunciou ter sido vítima de homofobia em um bar de Catanduva, no interior de São Paulo, no último sábado (4/12). As jovens fizeram um boletim de ocorrência na Delegacia Seccional da cidade no domingo (5/12).
A repositora Raíssa Furlan, de 25 anos, e a barbeira Beatriz Péulopi, 26, chegaram ao estabelecimento por volta das 2h, logo após um show que Beatriz tinha realizado em outro local.
“Chegando nesse outro bar, a Beatriz perguntou para o filho do dono se podíamos pedir algo, já que estava tarde. Ele disse que sim, então solicitei dois drinques para nós, enquanto ela foi ao banheiro”, conta Raíssa, ao Metrópoles.
Na volta, as duas foram surpreendidas por uma reação negativa do dono, que já as conhecia, em relação a um selinho: “Pensamos que ele estava brincando e ela me deu um beijo no rosto. Ele reagiu dizendo: ‘Eu mando cancelar o pedido de vocês, duvidam?’ A Beatriz, pensando ser brincadeira, disse que sim”, relembra.
Ainda sem acreditar na situação, as duas questionaram o garçom se o pedido estava mesmo cancelado. De acordo com o casal, o funcionário resolveu checar e, quando voltou, respondeu que, apesar de já estarem quase prontos, os drinques acabaram cancelados.
“Não consigo descrever o que sentimos naquele momento, mas nossa única reação foi ir embora”, lembra Raíssa.
No dia seguinte, o dono do estabelecimento teria procurado o casal para um pedido de desculpas, que não foi aceito: “Quem bate esquece, mas quem apanha não esquece nunca”, ressalta a repositora.
Protesto
Chegando em casa após a frustrante tentativa de se divertir com a namorada, Beatriz fez um desabafo nas redes sociais.
Ao acordar no dia seguinte, deparou-se com inúmeras mensagens de apoio e com um grupo organizado para protestar em prol da causa LGBTQIA+, em frente ao bar em que foram hostilizadas.
“Foi um ato de forma pacífica, um beijaço”, conta a jovem.
