Após aval da Anvisa, Caiado anuncia importação da vacina Sputnik V
Segundo o governador de Goiás, serão adquiridas 142 mil doses da vacina russa
atualizado
Compartilhar notícia
Goiânia – Por meio das redes sociais, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), anunciou que o estado deve adquirir 142 mil doses da vacina russa Sputnik V após aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Segundo ele, o quantitativo será aplicado em 71 mil goianos.
Ver essa foto no Instagram
O pedido de autorização para importação excepcional da vacina foi feito em março deste ano, relatado por Alex Machado Campos. O aval foi concedido pela agência por três votos a um. Com isso, Rio Grande do Norte, Mato Grosso Rondônia, Pará, Amapá, Paraíba e Goiás estão autorizados a importar a vacina para o enfrentamento da pandemia de Covid-19
“A Diretoria Colegiada decidiu, por maioria, vencida a Diretora Cristiane Rose Jourdan Gomes, AUTORIZAR a importação, em caráter excepcional, para fins de distribuição e uso da vacina Sputnik V em condições controladas, solicitada pelos Estados do Rio Grande do Norte, Mato Grosso, Rondônia, Pará, Amapá, Paraíba e Goiás, nos termos do voto do relator – Voto nº 168/2021/SEI/DIRE5/Anvisa (SEI 1487296)”, diz o documento.
Crítica
No início de abril, Caiado defendeu a liberação do uso da vacina russa contra Covid-19 que estaria, segundo ele, com oferta de doses no mercado, mas sem liberação da Anvisa. Diante do quadro marcado pela dificuldade de aquisição de insumos, de produção em larga escala dos imunizantes que já são autorizadas no Brasil (CoronaVac e Oxford/AstraZeneca) e ameaça de paralisação da vacinação em pleno pico da pandemia, o governador pediu celeridade no processo de liberação do imunizante russo.
“Não tem sentido dizer que a Anvisa ainda não chegou a uma conclusão de análise, sendo que ela (Sputnik V) está sendo aplicada em 58 países. Ora, será possível que as agências sanitárias dos 58 países não têm credibilidade em um momento emergencial como o que estamos passando?”, questionou Caiado.
A mesma defesa foi feita por ele durante reunião de governadores com representantes da Anvisa à época. Alguns estados já haviam fechado contratos de compra da vacina russa e aguardavam a liberação da agência para que a importação das doses seja efetivada.
“Não estamos aqui defendendo vacina A ou B. Estamos defendendo onde tem oferta de vacina para a gente adquirir imediatamente. O governo brasileiro comprou doses da Pfizer, mas eles só propõem entregar no segundo semestre. Comprou mais milhões de doses da Janssen, mas também só no segundo semestre. Se a Sputnik pode entregar agora, então vamos comprar a Sputnik”, alegou.
Encomenda
Dois processos estavam em trâmite na Agência: um de importação excepcional, feito por governadores, e outro de uso emergencial, feito pela União Química, que é a farmacêutica que representa a Sputnik V no Brasil. De acordo com o governador de Goiás, o que estava travando a negociação seria a exigência de um relatório técnico emitido no exterior.
“A burocracia, com todo respeito que eu tenho pela Anvisa, mas temos que entender que existem situações emergenciais”, pontuou Caiado. Ele frisou que não se pode ficar esperando apenas pelo envio de insumos para a produção de vacinas por parte dos chineses, com risco de atrasos, sem buscar por outras alternativas.