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Após ataques de Eduardo Bolsonaro, Miranda diz: “Tenho piedade e dó”

“Estamos sofrendo vários ataques constantes nas redes sociais, inclusive dos palacianos e dos filhos do presidente”, disse o deputado

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Miranda no Roda Viva
1 de 1 Miranda no Roda Viva - Foto: Reprodução

O deputado federal Luís Miranda (DEM-DF) comentou sobre ataques que tem sofrido de aliados do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), após as denúncias que fez sobre irregularidades na aquisição de vacinas da Covaxin dentro do Ministério da Saúde. Repondendo a declarações do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), o filho 03 do presidente, que, entre outras coisas, o chamou de “171”, Miranda disse: “Tenho piedade, tenho dó, porque esse ódio deles… no final quem vai pagar o preço são eles. Olha o exemplo de Trump nos Estados Unidos”.

“Estamos sofrendo vários ataques constantes nas redes sociais, inclusive dos palacianos e dos filhos do presidente”, ressaltou. “No momento em que me atacam, o que eles querem esconder? Todos vêm o que estou passando. Agradeço o apoio da maioria da população. O que os irmãos Miranda querem é salvar vidas”.

Miranda assegurou que não gravou a conversa que teve com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), mas não deixou claro se seu irmão, Luís Ricardo Miranda, fez o registro.

“A verdade sempre esteve do meu lado. Em nenhum momento a gente mentiu. Eu jamais gravaria um presidente, mas não estava sozinho na sala. E muita gente não confia no presidente”, ressaltou.

O deputado é o convidado do programa Roda Viva, na TV Cultura, na noite desta segunda-feira (12/7). Miranda voltou a ressaltar que ele e o irmão, Luís Ricardo Miranda, servidor da Saúde, sofreram ataques e ameaças por terem feito denúncias de irregularidades na aquisição de vacinas da Covaxin.

Segundo o parlamentar, basta que as acusações que fez sejam investigadas e o suposto esquema de fraudes dentro do Ministério da Saúde será confirmado. “Se bem investigado, vai provar tudo o que falamos”, disse. Vamos provar por a mais b que existe sim esse esquema no Ministério”.

“Levamos para o presidente informações técnicas. Não acusamos ninguém. O único nome que ele fala de forma clara é o do Ricardo Barros. O presidente não desmentiu [as denúncias]. O que ele tenta é minimizar. E ele teve um entendimento que não teve nenhum problema”, falou, se dizendo bastante decepcionado com Bolsonaro.

Entenda

De acordo com documentos do Tribunal de Contas da União (TCU), a Covaxin foi a vacina mais cara negociada pelo governo federal, custando R$ 80,70 a unidade. O valor é quatro vezes maior que o da vacina da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a AstraZeneca, por exemplo.

A CPI da Covid investiga por que o governo agilizou os trâmites na compra da vacina indiana. Segundo um levantamento do TCU, o Ministério da Saúde levou 97 dias para fechar o contrato da Covaxin, enquanto demorou 330 dias para ter um acordo com a Pfizer. Senadores veem prevaricação por parte do presidente Bolsonaro.

Além disso, o contrato entre o Ministério da Saúde e a Precisa Medicamentos para compra da vacina Covaxin foi o único acordo do governo que teve um intermediário sem vínculo com a indústria de vacinas – o que foge do padrão das negociações e contratos de outros imunizantes.

Durante depoimento ao Ministério Público, no inquérito que apura a conduta do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, o servidor Luis Ricardo Miranda afirmou que recebeu pressões para favorecer a Precisa Medicamentos em depoimento ao Ministério Público.

O deputado Luis Miranda disse que ele seu irmão, Luis Ricardo Miranda, alertaram Bolsonaro sobre as suspeitas. Na CPI, o deputado afirmou que o líder do Governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), foi mencionado pelo presidente Bolsonaro como possível envolvido em esquema, ao ouvir a denúncia sobre os supostos problemas no contrato da vacina. Barros nega envolvimento.

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