Após alta da nota pela Moody´s, Haddad fala em “trabalho a ser feito”
Ministro Haddad disse que ainda há “um trabalho a ser feito” no campo da despesa e no campo da receita para conseguir grau de investimento
atualizado
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comemorou na noite desta terça-feira (1º/10) a elevação da nota de crédito soberano do Brasil, de Ba2 para Ba1, pela agência de classificação de riscos Moody’s. A agência manteve a perspectiva de avaliação (rating, no jargão) positiva. Agora, o Brasil está a um passo do grau de investimento pela Moody’s, nível que indica alta capacidade de um país ou empresa em honrar débitos.
Haddad disse que o relatório “está em linha” com o que a equipe da Fazenda vem defendendo. “Se nós continuarmos perseverando nesse caminho, de ajustando o fiscal e o monetário, nós temos uma grande chance de conseguir uma estabilidade da relação dívida/PIB, dos gastos públicos depois de muitos anos de desequilíbrio fiscal”, disse ele a jornalistas.
“Eu penso que, se o governo como um todo compreender que vale a pena esse esforço, que esse esforço que está sendo feito produz os melhores resultados e continuarmos sem baixar a guarda em relação às despesas, em relação às receitas, fazendo o nosso trabalho, eu acredito realmente que nós temos a chance de completarmos mandato do presidente Lula reobtendo o grau de investimento”, afirmou. E completou: “Ele não está dado, mas é uma possibilidade concreta”.
Em seguida, Haddad citou, de forma genérica, medidas de reequilíbrio das contas públicas e disse que ainda há “um trabalho a ser feito” no campo da despesa e no campo da receita que pode nos permitir reequilibrar as contas, voltar a baixar a taxa de juros e conseguir o grau de investimento.
A elevação da nota vem dias após reunião de Haddad e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em Nova York, com representantes das três agências de classificação de risco, além da Moddy´s, os dois estiveram com a Standard & Poor’s e a Fitch Ratings.
O que disse a Moody´s
Em seu comunicado, a Moody’s mencionou a melhora significativa no crédito do país, que se deve ao desempenho robusto do crescimento do PIB e ao histórico recente de reformas econômicas e fiscais.
A agência chamou a atenção para a relevância do compromisso com as metas fiscais e com a trajetória de estabilização da dívida/PIB, considerando esses fatores fundamentais para a perspectiva positiva do novo rating.
Ao mencionar a importância das várias reformas recentes para a melhora nas expectativas de crescimento do país no médio prazo, a agência destacou a reforma tributária, que aprimorará o ambiente de negócios e a alocação de recursos, aumentando o potencial de crescimento a longo prazo.
Além dela, a agenda de transição energética do governo é destacada como um fator que atrai investimentos privados e reduz a vulnerabilidade do país a choques climáticos.