Após adoção: cadela que esperou por dono morto pela Covid tem filhotes
A cadela Menininha teve três filhotes, um deles não resistiu; nesta segunda (5/4), ela já volta para o novo lar onde receberá cuidados
atualizado
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Goiânia – A cadela que esperou por mais de 40 dias na porta de um hospital em Goiás, pela recuperação do antigo dono, que infelizmente, morreu vítima da Covid-19, teve filhotes nesta segunda-feira (5/4). Menininha, como foi chamada pelos funcionários do hospital, foi adotada e já encanta o novo dono.
O caso ocorreu no município de Nerópolis, na região metropolitana de Goiânia. A cachorrinha, uma típica vira-lata caramelo, foi adotada na última sexta-feira (2/4), depois de ter permanecido na unidade hospitalar, mesmo após a morte do dono. Menininha parecia esperar pelo amigo, que nunca mais voltou para encontrá-la.
Após uma campanha de adoção realizada pelo delegado de Polícia, André Fernandes, por meio das redes sociais, a cadela ganhou um novo lar e já chegou com surpresas. Após exames, verificou-se que Menininha estava prenhe.
De acordo com o representante comercial, Donato Prado, que adotou a cachorrinha, ela teve três filhotes, no entanto um deles não resistiu e morreu. Os outros dois, estão bem e saudáveis, assim como a mãe.
“Ela foi para a clínica, para ter os filhotes e um deles não resistiu. Mas os outros dois estão bem, saudáveis, uma gracinha”, disse o representante comercial.
Amor à primeira vista
Segundo Prado, Menininha recebe alta médica ainda nesta segunda. A cachorrinha está em tratamento para a doença do carrapato e uma mastite, que deve continuar em casa por, pelo menos, 28 dias, com o uso de antibióticos.
Quanto a convivência com a nova integrante do lar, Prado afirmou que não poderia ser melhor. “Primeiro contato que nós tivemos, foi amor à primeira vista. Ela já veio me lambendo, ela sentou comigo, ela só fica perto de mim. Ela é um amor de cachorra, muito dócil, amorosa”, disse o novo dono com encantamento.
“Espero que inspire outras pessoas a fazerem o mesmo”, disse o representante comercial, sobre a adoção do animal.
Fidelidade
A fidelidade de Menininha chamou a atenção. Ela que chegou a unidade hospitalar junto com o antigo dono, em fevereiro, e não saiu mais do local. Desde então, passou a ser tratada pelos funcionários do hospital, que também lhe deram um novo nome.
Segundo a auxiliar de limpeza do Hospital Sagrado Coração de Jesus, Daniela Barbosa de Abreu, o dono da cadela morreu dias depois de ser internado. No entanto, Menininha continuava esperando por ele na porta do hospital. De acordo com ela, os funcionários colocavam água e comida para o animal diariamente.
“Ela chegou junto com o dono. Quando o dono foi para a sala de internação, ela chegou a entrar várias vezes dentro do hospital atrás dele, e a gente tinha que colocar ela para fora. Até que o dono subiu e foi para a UTI. Com isso, ela não saiu mais da porta e nós ficamos cuidando dela”, disse a funcionária.
Novo lar
O titular da Delegacia de Polícia da cidade, André Fernandes, também se comoveu com a história e encabeçou uma campanha de adoção para a cachorrinha. Ele postava em suas redes sociais, frequentemente, informações sobre o caso.
O delegado gravou um vídeo procurando um novo lar para o animal. Devido ao alto fluxo de pacientes e mortes pela doença, o delegado informou que não foi possível identificar o dono de Menininha.
Com o apoio de uma associação protetora de animais, Fernandes conseguiu um novo lar para a cachorrinha e arrecadou R$ 1 mil para compra de ração e tratamento médico.
“Ela está com a doença do carrapato e exige cuidados especiais nos próximos 28 dias, além disso, ela espera por filhotes. Após o atendimento e novas orientações, Menininha foi para sua nova casa e já passeando no veículo do papai. Menininha é exemplo de persistência e fidelidade”, disse o delegado por meio das redes sociais.
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Final feliz
O final feliz da história foi na sexta-feira (2/4). O representante comercial Donato Prado é o novo dono de Menininha. Ele adotou a cadela e no mesmo dia já a levou para o veterinário, onde foi examinada, vermifugada e tratada. Agora, com um novo lar, ela pode deixar a porta do hospital e criar laços afetivos com uma nova família.