Após 64 dias, aluna queimada por “fogo invisível” na escola ganha alta
Annelise Lopes Andrade, de 16 anos, que teve 60% do corpo queimado em um experimento de química na escola, recebeu alta nesta quinta (3/2)
atualizado
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Goiânia – Após 64 dias internada no Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol), na capital goiana, a estudante Annelise Lopes Andrade, de 16 anos, recebeu alta médica na manhã desta quinta-feira (3/2). A jovem teve 60% do corpo queimado durante uma atividade de química, em uma escola em Anápolis, a 55 km de Goiânia.
A notícia foi confirmada pela mãe da aluna, a cabeleireira Diolange Lopes Carneiro. Pelas redes sociais, a própria Annelise também anunciou a saída do hospital: “Tô de altaaa!!!”, comemorou a adolescente.
Ela deverá ainda continuar com o tratamento semanal na unidade de saúde.
Cirurgias
A jovem passou por três cirurgias de enxerto de pele para recuperar as partes do corpo severamente queimadas. A primeira foi feita no abdômen e na coxa. Segundo a mãe, tudo correu bem e foi um sucesso. A segunda teve foco nos braços e nas costa. Já o terceiro procedimento levou material artificial.
“Menina forte”
Em entrevista ao Metrópoles, Diolange Carneiro contou que deixou o trabalho de lado e, praticamente, se mudou para o hospital em Goiânia para ficar ao lado de Annelise. Desde 23/12, quando a jovem recebeu alta da UTI, a mãe a acompanha no quarto e em todos os procedimentos feitos.
Ela comemora cada dia a mais no processo de recuperação e sabe da força de vontade da filha. “Ela é uma menina muito forte”, diz. Mas Diolange reconhece que a experiência vivida pode ter reflexos para Annelise.
“Ela acabou de sofrer algo que mexeu muito com o físico e com o emocional. Temos que dar um tempinho agora para ela e ver como vai ser, mas não podemos deixar que tudo isso interfira na vida dela”, pondera.
A explosão
A estudante sofreu o acidente em 30/11/2021. Ela e mais três colegas se reuniram em uma sala do Colégio Heli Alves, em Anápolis, onde estuda, para fazer o experimento chamado de “fogo invisível“, segundo a mãe. A Polícia Civil de Goiás investiga o caso.
Coordenador do colégio, Marcos Gomes afirmou, à época do acidente, que os alunos do 2º ano do ensino médio estavam com aulas remotas e pediram para ir à escola para gravar o experimento de física e química.
Segundo ele, os estudantes foram autorizados a usar uma sala para gravação, mas, conforme acrescentou, não avisaram que usariam álcool e nenhum professor ou monitor acompanhou a situação.
“Eles disseram que iriam gravar uma apresentação, mas não explicaram o que iriam fazer. Eles disseram que colocaram fogo ao álcool, mas que acharam que não tinha pego. Por isso, foram colocar mais [álcool] e houve essa explosão”, disse Gomes.
Segundo o coordenador, Annelise foi a única que se machucou. Ele disse que funcionários da escola ouviram os gritos e levaram a estudante para o chuveiro até a chegada dos bombeiros.