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Após 6 horas, fogo no Museu Nacional é controlado e prédio avaliado

Bombeiros permanecem no local para fazer o trabalho de rescaldo. Defesa Civil e técnicos avaliam estruturas e prejuízos

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THIAGO RIBEIRO/AGIF/ESTADAO CONTE⁄DO
Rescaldo do incÍndio que destruiu o acervo do Museu Nacional
1 de 1 Rescaldo do incÍndio que destruiu o acervo do Museu Nacional - Foto: THIAGO RIBEIRO/AGIF/ESTADAO CONTE⁄DO

O incêndio no Museu Nacional do Rio de Janeiro, situado na Quinta da Boa Vista, na capital fluminense, foi controlado apenas por volta das 3h da manhã desta segunda-feira (3/9). Porém, os bombeiros continuam no local fazendo o trabalho de rescaldo e de combate a outros focos de fogo. As informações são do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro (CBMERJ).

Técnicos da Defesa Civil e do CBMERJ fazem uma inspeção no Museu Nacional. Eles vão calcular o tamanho dos estragos e descobrir se alguma peça ainda pode ser salva.

Até o momento, não há registros de focos de incêndio na mata que cerca o museu, localizado em um parque nacional. O Corpo de Bombeiros informou que a partir no início desta manhã, homens de 13 quartéis e 24 viaturas estavam no local. Integrantes da Polícia Federal, Polícia Militar e da Guarda Municipal, além de profissionais de saúde, também foram chamados para colaborar com os trabalhos.

Após o exaustivo combate às chamas, prejudicado pela falta de água nos hidrantes da instituição, iniciou-se ainda de madrugada o trabalho de rescaldo. Esta etapa foca no resfriamento das estruturas, que são encharcadas para que eventuais focos de fogo sejam combatidos. Ainda é  possível ver fumaça em alguns pontos. Equipes de cinco quartéis estão no local. Quem coordena a operação é o comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Roberto Robadey. A possível causa do início do incêndio ainda não foi divulgada.

Vários diretores, funcionários e pesquisadores do Museu Nacional passaram a noite no local acompanhando os trabalhos e tentando colaborar. Havia preocupação com as dificuldades em controlar as chamas, a ausência de água e o risco de desabamento.

Oficialmente, os militares informaram que ainda não há dados sobre as causas do incêndio. No domingo (2), funcionários do museu relataram problemas na obtenção de água, pois dois hidrantes não funcionaram no momento em que os bombeiros estavam no local.

Como o museu está em uma colina, no parque nacional, há uma série de limitações para o fornecimento de água. Os bombeiros confirmaram que o abastecimento de água foi feito por carros-pipa, cedidos pela companhia de água e esgoto do Rio de Janeiro.

Acervo
O Museu Nacional do Rio reunia um acervo de mais de 20 milhões de itens dos mais variados temas, coleções de geologia, paleontologia, botânica, zoologia e arqueologia. No local, estava a maior coleção de múmias egípcias das Américas.

O mais antigo fóssil humano encontrado nas Américas, o Luzia, estava no Museu. Ele remete à memória de 12 mil anos atrás, e representa uma jovem de 20 a 24 anos. Havia ainda o esqueleto do Maxakalisaurus topai, maior dinossauro encontrado no Brasil.

O museu é a mais antiga instituição histórica do país, pois foi fundado por dom João VI em 1818. É vinculado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com perfil acadêmico e científico. Tem nota elevada nos institutos de pesquisa por reunir peças raras, como esqueletos de animais pré-históricos e múmias.

História
O local foi sede da primeira Assembleia Constituinte Republicana de 1889 a 1891, antes de ser destinado ao uso do museu, em 1892. O edifício é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

O Museu Nacional do Rio oferece cursos de extensão e pós-graduação em várias áreas de conhecimento. Para esta semana, era esperado um debate sobre a independência do país. No próximo mês, estava previsto o IV Simpósio Brasileiro de Paleontoinvertebrados no local.

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