Após 2º turno, Lula recebe Haddad para tratar de revisão de gastos
Lula e Haddad estavam há dias sem se reunir porque o ministro da Fazenda passou uma semana nos EUA
atualizado
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Passado o segundo turno das Eleições Municipais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu na tarde desta segunda-feira (28/10) o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para tratar do programa de revisão de gastos públicos que a equipe econômica está formatando.
A reunião ocorreu no Palácio da Alvorada, onde Lula segue despachando após um acidente doméstico sofrido há cerca de uma semana. Haddad havia passado a última semana fora do Brasil, em compromissos do G20 e com investidores em Washington D.C., nos Estados Unidos, e os dois não se reuniam há cerca de 10 dias. Haddad voltou dos EUA no fim da semana passada e votou em São Paulo no último domingo (27/10).
Haddad não falou com a imprensa após a reunião, como costuma fazer ao regressar à sede da pasta em Brasília após agendas externas.
Não presente na reunião com o presidente da República, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, disse, em evento promovido pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), em São Paulo, que o governo precisa ter “coragem” para cortar gastos com políticas públicas ineficientes.
Segundo ela, o objetivo é garantir que o Orçamento da União disponha dos recursos necessários para a realização de investimentos.
“Os números estão aí para mostrar que tudo o que tinha que dar certo deu”, disse Tebet. “Só falta uma coisa: temos que ter a coragem de cortar aquilo que é ineficiente. Erros e fraudes já foram cortados em 2023, porque eles eram fruto da pandemia. Agora, é hora de acabar com as políticas públicas que ineficientes, para que possamos não fazer superávit, mas fazer os investimentos necessários em infraestrutura.”
“Não poderia deixar de dizer que não existe social sem fiscal, por isso disse que Mercadante me economizou as palavras”, frisou ela.
Equipe econômica avança em programa
As equipes de Haddad e Tebet entendem que já passou o momento de revisão de fraudes, erros e desperdícios e agora é a hora de fazer uma revisão estrutural das despesas. A ideia é bater o martelo sobre medidas com o presidente Lula para encaminhamento de projetos ao Congresso Nacional ainda neste ano, aproveitando os dois últimos meses de trabalhos legislativos.
Itens como a política de valorização do salário mínimo e a vinculação da aposentadoria ao mínimo não serão revistos, por decisão do próprio Lula.
Está na mesa, por exemplo, o projeto que limita supersalários de agentes públicos, que já tramita no Congresso e pode receber o endosso do governo federal.
Também foi levantada a possibilidade de se pôr fim à multa rescisória, concedida aos trabalhadores após a demissão, e redução do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). No entanto, dias depois de o assunto ter sido noticiado, o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, foi a público negar a informação.